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Erotico-->7. MAGNITUDE ABSOLUTA -- 05/12/2003 - 06:33 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Conduzo o pensamento para as regiões mais elevadas que a minha imaginação consegue conceber, lá onde deverão estar as criaturas mais evoluídas, desde os santos homens que se elevaram em virtudes, até aqueles seres de outras eternidades (se não for demasiada ousadia inferir que o eterno nada tem de ver com o tempo nem com o espaço), oriundos de moradas em que a peregrinação ao Criador se faz por outros meios, uns mais rápidos e decisivos e outros mais demorados e infelizes.

Essa distinção entre os mundos me prende o pensamento, porque a intuição que tive diz respeito ao fato de que muitas existências devem amarrar-se durante tempos imemoriais nos percalços das personalidades renitentes no mal, enquanto outras perpassam por crises mais agudas, mais pungentes, mais sérias e, por isso mesmo, mais aptas a favorecer um progresso mais rápido.

A explicação não me deixa contente, porque excessivamente teórica. Se pudesse exemplificar, talvez merecesse mais crédito e talvez firmasse melhor a minha idéia, quem sabe fixando um ponto doutrinário ainda não totalmente entendido ou completamente estudado por mim mesmo.

Quero crer que Augusto tenha sofrido muito. Tendo recebido ajuda e sendo grave o seu estágio, pôde perceber que não estava avançando no caminho da felicidade. As coisas que lhe pareceram gozos de intenso prazer na Terra, agora representavam um verdadeiro inferno de loucura, não tanto porque estaria incapaz de reproduzir os ingredientes físico-químicos que o alienavam da realidade, mas porque avaliou o seu desempenho, tendo descoberto que nada significou para o progresso do espírito, bastando comparar como veio para o plano material e como dele saiu. Foi assim que, após uns poucos anos — mesmo que tivesse sido um século, que figura haveria de fazer diante dos milênios que esperam por nós para atingirmos aquele estágio de perfeição a que a minha imaginação estava conduzindo-me? —, após alguns anos, como dizia, Augusto pôde controlar os seus impulsos deletérios, que resultavam em penosa situação psíquica (tal como se vê nas clínicas de desintoxicação que agasalham os viciados de todas as espécies), para conseguir proceder em harmonia com as diretrizes elementares do comportamento voltado para o amor ao próximo, enquanto não se é suficientemente evoluído para atingir a meta primordial do amor ao Pai, acima de todas as coisas.

Por outro lado, vejo Ana a bater a cabeça, de relacionamento em relacionamento, sem levar avante um plano definido em prol das pessoas carentes (nem ao menos foi induzida a prestar auxílio, se não físico, ao menos moral, ao filho que terminou sendo assassinado). Vai ela amealhando momentos em que se julga dona de si mesma e, portanto, tendo a ilusão de que põe o cabresto nas outras pessoas, aproveitando-lhes o que têm de melhor, exaurindo-lhes os eflúvios da simpatia e da amizade, comburindo os sentimentos em paixões desenfreadas, deixando sempre para depois a reflexão mais importante de que existe uma vida após a morte, que deve ser prevenida através de atos de bondade e de resignação — às vezes mesmo, de sacrifícios e de abnegação — e que sempre se há de saber que as outras pessoas são as nossas irmãs no Senhor e que merecem compartilhar efetivamente de nossos momentos de felicidade. Explico-me um pouco melhor: é que, unindo-se de caso pensado por uns poucos meses aos parceiros de momento, não dá a estes condições de julgarem que a pessoa que puseram sob seu teto espiritual não lhes dá a devida consideração e os passará para trás, assim que de sua aventura não puder mais extrair o sumo das novidades e o ritmo descompassado de um coração que não se preocupa com mais ninguém. Chego a duvidar de que Ana haja, verdadeiramente, sofrido algo na vida, pelo pouco de importância que atribuiu à morte trágica do filho. Por outro lado, examinando o que se espera das criaturas para sua evolução, noto que existem muitos conceitos abstratos, que acima expus, na formulação das qualidades que lhe faltam. Ora, se Ana faz o que bem entende e não deseja dedicar-se a decifrar o emaranhado filosófico que a própria existência põe perante os olhos de todos os seres pensantes, vai ter de fazê-lo mais tarde, quem sabe no etéreo, quem sabe numa fieira de encarnações cada vez mais sofridas, porque irá muito aos poucos compreendendo que deve pedir menos conforto para obter mais entendimento, ou melhor, mais luz espiritual.


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Márcia jamais se apresentou junto a nossa mesa mediúnica nem transmitiu qualquer comunicação particular que chegasse ao meu conhecimento. Se, pelo menos, alguém viesse falar em nome dela ou a respeito dela, poderia eu ter mais certeza do que nestes dois últimos dias passei a refletir.

Li e reli a primeira parte do capítulo e julguei tudo muito conforme à minha capacidade de entendimento das questões doutrinárias espíritas. Aí me surgiu o problema que passo a expor.

Considerando que Márcia teve o seu quinhão bastante forte de dor e de sofrimento, pela perda dos pais em circunstâncias muito ruins para a formação de sua personalidade.; considerando que soube vencer todos os dramas psicológicos inerentes à falta de uma abençoada educação que sói acontecer quando são os pais amorosos e dignos.; considerando que teve oportunidade de trabalhar denodadamente pela felicidade de muitas outras pessoas, quer no âmbito familiar, quer no centros espíritas que freqüentou, levada pelos parentes que a criaram (onde recebeu diversas mensagens de seus pais, sempre no sentido de estimulá-la ao bem e às obras de caridade, por amor, conforme as prescrições de Jesus).; considerando que leu todos os textos da codificação kardeciana com verdadeira vontade de assimilar os conhecimentos ali sedimentados, acrescentando outras leituras nobres de autores falecidos e outras tantas de gente viva, sem uma única palavra de crítica a nenhum deles, sempre louvando os seus raciocínios através de citações oportunas.; considerando que morreu sem uma só palavra recriminatória quanto à sua sorte ou quanto a qualquer pessoa que a tivesse, de qualquer modo, ofendido, como no caso de Augusto, a quem dedicou a derradeira prece, já nos estertores da morte.; penso ter o direito de concluir que Márcia, minha querida menina e esposa, minha luz nesta Terra, meu fanal de doces esperanças de um futuro esplendoroso em alguma colônia a meio caminho entre o Umbral e a esfera subseqüente, rumo à perfeição, esteja no gozo das delícias de outra morada de muito maior felicidade, preparando o nosso novo lar, sob o modelo deste que aqui me deixou, mas sem o engaste tremendo de uma carcassa que me proporciona cada vez menos os estremecimentos sensórios que costumam manter empolgadas as pessoas jovens. Pois bem, Márcia, afora o problema da comprovação, seria a minha “estrela-guia” para a confirmação de que, quanto maior a espiritualização já em vida, maior o empuxo evolutivo em qualquer esfera para onde a gente se transfira após a morte.

Claro está que não pretendo ter escrito nenhuma novidade. Mas o que me trouxe até este ponto do trabalho foi um sentimento de plenitude moral, como se já estivesse preparado para adentrar os portais da última morada, aquele reino de que nos falam todas as escrituras, em todas os idiomas. Nem mesmo os comentários que realizei quanto às três pessoas aludidas me obstaram a euforia de me ver avançando celeremente no rumo da compreensão. Não se trata do benefício do conhecimento.; mas no gozo de saber que sempre haverá um dia, uma vez, uma vibração, uma energia, uma eternidade, em suma, em que todos os pesos serão aliviados, em que todas as dúvidas serão sanadas, em que todos os mistérios serão revelados, em que todos os amores serão unidos...

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