Após o meu equívoco na interpretação de "Cordel brasileiro", só não retiro este texto para que se estabeleça memória sobre as intervenções de Mestre EGÍDIO e DANIEL FIÚZA no meu esclarecimento e desta forma remeter os leitores para a apreciação dos trabalhos que estes dois excelentes e experimentados autores da versátil modalidade fizeram sobre a minha ousada, mas inocente e ingénua, impertinência.
TOMA LÁ CORDEL BEM FEITO
EM REDONDILHA-MAIOR
COM RIMAS DE PÔR AO PEITO
DA USINA E DO LEITOR!
à moda do Alentejo
por onde andou Viriato
vou dar-te aqui o retrato
do lapidar realejo
que despertou o desejo
de correr o mundo a eito
e demonstrar o efeito
da lusa civilização
aos deuses do mundo cão
TOMA LÁ CORDEL BEM FEITO
de versos anódinais
está a palavra cheia
e carregada de areia
até não poder com mais
manobreiros raciais
que fingem verbo em flor
e se enterram no terror
da inveja tumular
que não sabem dominar
EM REDONDILHA-MAIOR
asno vesgo (*) disfarçado
entre as fragas da vertigem
a renegar a origem
do seu milenar ditado
aos coices como um danado
pra esconder o defeito
que lhe mina o preconceito
sobre a nobre condição
de quem lhe dá pasto à mão
COM RIMAS DE PÔR AO PEITO
por aqui não vais lograr
vento algum pra tua vela
nas tormentas da procela
pois não és bom a soprar
e desconheces o mar
dos naufrágios ao sol-pôr
onde o velho Adamastor
assustou os marinheiros
que são hoje os pioneiros
DA USINA E DO LEITOR!
Torre da Guia
(*)- designar-se-à no singular aquele que prefere o insulto à argumentação clara e frontal.