Os Cânt (ic) os
Paulo Nunes Batista
A melopéia rude é uma cascata
Cheia de angústia e de monotonia-
Anaconda de sons, monstruosos e fria
A deslisar no coração da mata.
Sobe na noite – fervorosa oblata-
O hino profundo, o canto da Magia,
Cantochão do Secreto, a sinfonia-
Voz do Mistério em tom de serenata.
A invocação dos Mestres abre o espanto
Rosa sonora e multicolorida
Na selva a arder despetalada em canto.
Canção de boca em boca repetida
A uma sói Voz, na louvação do santo-
Dai-me de vossa vida além da Vida!...
Anápolis, 06-09-90
Notícia Rápida sobre Paulo Nunes Batista:
Paraibano radicado em Goiás (Anápolis), morou em cerca de vinte cidades do Brasil, inclusive nas maiores capitais (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, além de Goiânia e João Pessoa), exercendo atividades desde cobrador de ônibus, trabalhador braçal até jornalista e professor, sendo aposentado do Fisco de Goiás, onde ingressou por concurso público.
Militou no PCB de 1946 a 1952, época em que foi preso político em São Paulo, como redator que era do diário HOJE, arbitrariamente fechado por um IPM. Nunca foi torturado, mas assistiu à tortura de preso quando de sua outra prisão, em Recife. Como jornalista vem denunciando e protestando contra sevícias a presos, políticos ou comuns. Vem há muitos anos publicando artigos, crônicas, reportagens e poesias na imprensa de Goiás, do Brasil e de Portugal.
PNB é autor de seis livros e mais de 140 folhetos de cordel, editados a partir de 1949. Em 1961 tornou-se espírita e vem colaborando na imprensa doutrinária desde então. Tem vários outros livros prontos para publicar (Cantos de Pedra e de Flor etc) e continua produzindo. É formado em Direito.
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