Soneto de Natal
Machado de Assis
Um homem, _ era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, _
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga
Naquela mesma velha noite amiga
Noite cristã, berço do Nazareno
Escolheu o soneto...A folha branca
Pede-lhe a inspiração, mas, frouxa e manca
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
Mudaria o Natal ou mudei eu?
|