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cronicas-->O Maior Soldado que Jamais Existiu ... -- 22/10/2003 - 10:53 (((((EU SOU DO SUL))))) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Maior Soldado que Jamais Existiu

Hans Ulrich Rudel, foi o único alemão durante a Guerra
a receber a Cruz do Cavaleiro com Folhas de Carvalho
douradas, espadas e brilhantes, a maior medalha entre a
Heer, a Luftwaffe e a Kriegsmarine. Rudel, a bordo de
seu Stuka, destruiu 530 tanques Soviéticos, o suficiente
para preencher 5 Corpos de Tanques Soviéticos! Ele
também destruiu 150 posições anti-aéreas e anti-tanques,
800 veículos motorizados, o navio de guerra Soviético
Marat,um Cruzador Soviético, um Destróier Soviético, 70
aeronaves soviéticas, e dezenas de pontes e bunkers. Ele
também quase destruiu outro navio de guerra Soviético, o
Revolução de Outubro. Rudel voou em 2530 missões de
combates, conquistou 11 vitórias aéreas em seu Stuka, e
foi derrubado 30 vezes. Em um dos ataques, foi atingido e seriamente ferido. Dentre todos os ferimentos, os mais graves foram uma perna quebrada e outra amputada. Mesmo assim, continuou combatendo com seu talento em vóos de guerra.

"Você é o maior e mais corajoso soldado que o povo alemão jamais teve", disse Adolf Hitler para aquele filho de um pastor protestante em 1º. de janeiro de 1945. Seu nome: Hans-Ulrich Rudel, um nome que se tornaria lenda e sinónimo de uma bravura quase insana da Luftwaffe.
Hans-Ulrich Rudel começou sua surpreendente carreira de piloto em 1939, durante a campanha da Polónia. Do primeiro ao último dia de guerra na frente oriental (1941 a 1945), de Leningrado a Stalingrado e de-pois de Moscou até Berlim, Rudel bateu-se incessantemente contra os russos, e foi um dos raros pilotos a atravessar seis anos de combates aéreos. Não foi por acaso que ganhou a fama de piloto "indestrutível". Abatido em cerca de trinta ocasiões, o fim do Conflito o encontrou pilotando um Fw 190D-9, com uma perna amputada e outra engessada!

Rudel nasceu em Konradswaldau, Silésia, numa parte da Alemanha que hoje pertence à Polónia, em 02 de julho de 1916. Sempre foi tido como um garoto tímido e assustado e sua professora lembrava-se dele como "uma criança adorável mas um estudante terrível". Sua falta de habilidade nos estudos era compensada pelo seu interesse em atividades espor-tivas.
Quando o Partido Nazista assumiu o poder em 1933, Rudel ainda era um adolescente. Ele ingressou na Juventude Hitlerista (Hitlerjugend), tornan-do-se líder de esquadrão (Scharfuhrer) - uma ótima forma de escapar da escola. Em 1936, aos 20 anos de idade, após completar seus estudos em Schweidnitz e Görlitz, ele juntou-se à Luftwaffe como Fähnrich (aspirante-à-oficial). O principal atrativo, foi a possibilidade de poder continuar prati-cando seus esportes, notadamente o atletismo.

Após concluir seu curso de piloto, em 1939, Rudel prestou os exames para treinamento avançado na Sturzkampffliegerschule (Escola de Pilotos de Mergulho) mas, surpreendentemente, aquele que se tornaria o mais fa-moso piloto de Stuka foi recusado. Ao contrário de sua vontade, ele seria treinado como piloto-observador. Deste modo, quando a guerra eclodiu, em setembro de 1939, o então Leutnant Rudel efetuou missões de reconhecimento de longo alcance durante a Campanha da Polónia, recebendo sua Cruz de Ferro de 2ª Classe em 11 de outubro de 1939.

Rudel nunca desistiu de sua aspiração e, após várias tentativas, ele finalmente foi admitido para treinamento em maio de 1940. Durante toda a Campanha da Fran-ça, o já Oberleutnant Rudel permaneceu na Sturz-kampffliegerschule próxima a Stuttgart.
Em setembro daquele ano, ele seria transferido para o 1./St.G 2 "Immelmann" (1º Staffel da Stukageschwa-der 2) e voaria suas primeiras missões à bordo do avião durante a invasão da Ilha de Creta - embora não tenha estado na zona de batalha.

À esta altura da guerra, a Luftwaffe operava o mais famoso avião da Blitzkrieg: o bombardeiro de mergulho Junkers Ju 87 Stuka. Assim, nos comandos desta aeronave o jovem Rudel mergulhava sobre o alvo como uma águia de rapina, em um àngulo de quase 90º, lançando sua bomba com uma precisão cirúrgica.
Nas preparações para a Operação Barbarossa, a unidade de Rudel foi transferida para a Frente Oriental e, em 23 de junho de 1941, às 3:00hs da manhã, ele voou sua primeira missão de combate em um ataque de mergulho. Nas 18 horas seguintes, Rudel voaria um total de quatro missões. Em 18 de julho de 1941, ele seria condecorado com a Cruz de Ferro de 1ª Classe.

Mas seu primeiro grande momento na guerra ainda es-tava por vir. Em 23 de setembro de 1941, os dois Staffeln do I/St.G 2 (Gruppe I do St.G 2) atacaram a frota sovi-ética ancorada no porto de Kronstadt (na área de Lenin-grado), defendido por mais de 1.000 armas antiaéreas. Entre os navios lá sediados, estava o encouraçado "Ma-rat", de 26.500 toneladas - um dos dois únicos navios de grade porte da esquadra vermelha. Mais tarde, Rudel se recordaria:

"Foi terrível. Havia explosões por todos os lados. O céu parecia estar repleto de cascalhos. Eu estava me sentin-do muito mal e o vóo foi uma tortura. (...) O mergulho, num àngulo de 70º a 80º, tirou o meu fólego. Eu tinha o "Marat" em minha mira, ele se aproximava cada vez mais mais rápido. O navio se tornava cada vez maior. Eu via as bocas de suas armas antiaéreas apontando ameaçadora-mente para mim. (...) Não havia tempo para me preocupar com o fato de que um tiro direto de flak poderia me partir em pedaços. O "Marat" já preenchia completamente meu visor. Os marinheiros corriam pelo deck do navio, alguns carregando munições. Um dos canhões virou em minha direção e começou a disparar. Neste momento eu apertei o botão que liberava a bomba. Puxei o manche para trás com toda minha força, na tentativa de tirar o avião do mergulho, já que minha altitude era de apenas 300 metros. A bomba de 1.000kg que tinha acabado de soltar não poderia ser lançada de uma altitude inferior a 1.000 metros sob o risco de destruir o bombardeiro. Mas eu não estava me importando com isso. Eu queria atingir o "Marat" - nada mais.
Embora eu puxasse o manche como um louco, eu tinha a sensação que o avião não estava me obedecendo. Eu estava quase perdendo os sentidos. Havia uma sensação terrível em minha cabeça e estómago, quando eu escutei a voz excitada de meu artilheiro-de-ré: Herr Oberleutnant, o navio explodiu!´ Eu me virei lenta-mente. Lá estava o "Marat" atrás de uma nuvem de fumaça quase impenetrável de 400 metros."

Ao finalizar seu mais bem sucedido ataque, Rudel, descendo dos céus em um àngulo de 90º, saiu do mergulho a apenas 4 metros da superfície da água! "Somente nesse momento eu percebi que ainda estava vivo" - ele afirmou bem depois.

Este feito poderia ter dado a Rudel uma condecoração, mas isso não ocorreu. Hauptmann Steen, que comandou todo o Gruppe que participou daquele ataque disse a ele: "eu tenho certeza que você compreenderá que eu não posso condecorar um único homem depois desta corajosa missão na qual o Gruppe inteiro tomou parte (...) eu considero o valor da equipe como um time, o que é mais importante do que recomendá-lo para a Cruz de Cavaleiro".
Além do encouraçado "Marat", Rudel e seu Ju 87 afundariam um cruzador, um destroyer e cerca de 70 embarcações anfíbias e ainda danificaria o encouraçado "Revolução de Outubro" (irmão do malfa-dado "Marat"), até o fim da guerra.

Na véspera do Natal de 1941, Rudel voou sua 500ª missão e, seis dias depois, em 30 de dezembro, ele foi condecorado com a Cruz Germànica em Ouro pelo General der Flieger Wolfram von Richthofen, quando já havia sido designado Staffelkapitän do 9./St.G2. Depois disso ele seria enviado para Graz (Áustria) para atuar como instrutor de novas tripulações de Stuka.

Em 06 de janeiro de 1942, o Oberleutnant Hans-Ulrich Rudel foi, finalmente condecorado com a merecida Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, mas ele somente retornaria à frente de batalha - devido à sua insistência - em junho de 1942. Em setembro de 1942 ele receberia o comando do 1./St.G 2, operando na área de Stalingrado, em apoio às tropas do 6º Exército alemão, sob comando do Gene-raloberst Friedrich von Paulus que tentava conquistar aquela cidade. Nesta ocasião a utilização de bombas contra os tanques soviéticos foi percebida.
A idéia de utilizar aeronaves armadas com canhões de grande calibre contra blindados data desta época. No final daquele ano os alemães criaram o "Versuschskommando fur Panzerbekämpfung" (Comando Especial para Combate a Blindados), posteriormente conhecido como "Panzerjagd kommando Weiss", em homenagem a seu comandante, Oberst Otto Weiss. Depois de uma série de testes com várias aeronaves na localidade de Rechlin (Alemanha) - das quais Rudel participou - decidiu-se pelo emprego do Junkers Ju 87D-3 equipado com dois canhões Rheinmetall-Borsig Flak 18, com seis projéteis de 37mm cada um.

O "Panzerjagdkommando Weiss" foi enviado à frente em fevereiro de 1943. No dia 10 daquele mesmo mês Rudel voou sua 1000ª missão de combate e se tornou um herói para a imprensa alemã. Quase imediatamente ele foi designado para atuar na nova unidade, então sediada em Briansk. As primeiras unidades foram primeiramente utilizada contra barcaças de transporte de tropas anfíbias no Mar Negro e, no espaço de três semanas, Rudel destruiu 70 destes barcos.

Em 16.03.1943, durante uma batalha de tanques na região de Belrogod, Rudel destruiu seu primeiro tanque com seu Stuka equipado com os canhões de 37mm: "meu artilheiro -de-ré disse que o tanque explodiu como uma bomba e que tinha visto seus pedaços voando logo atrás de nós", recordou-se Rudel.

Mais tarde, a maioria dos Ju 87D-3 foram convertidos para destruidores de tanques e redesignados como Ju 87G-1, quase sempre sendo apelidados de "Panzerknacker" (Des truidor de Tanques) ou de "Kanonenvogel" (Pássaro Can-hão), sendo que tal conversão estava completa em outu-bro de 1943.

Em 14 de abril de 1943, Hans-Ulrich Rudel foi condecorado por Hitler com as Folhas de Carvalho da Cruz de Cavaleiro (o 229º soldado agraciado) e, pouco depois, promovido a Hauptmann. Em 05 de julho de 1943, durante a Operação Zitadelle - a derradeira ofensiva alemã em Kursk, que seria a maior batalha de tanques da História - os dois primeiros Staffeln equipados com as novas configurações de Stukas encontravam-se em operação: o Pz.J.Sta./St.G 1 e Pz.J.Sta./St.G 2 (Panzerjagdstaffel do Stukageschwader 1 e 2).
Totalizando apenas nove aviões, o Staffel de Rudel fora designado para atuar em apoio à 3ª Divisão SS "Totenkopf". No primeiro dia da Operação, em sua primeira missão, ele destruiria sozinho quatro tanques e, antes daquele dia terminar, seu score havia subido para doze. Depois ele diria: "Nós todos nos sentíamos contaminados pela gloriosa sensação de ter evitado um maior derramamento de sangue do povo alemão com cada tanque destruído."

Ao mesmo tempo, em razão do sucesso de seus esqua-drões, novos Panzerjagerstaffeln foram formados. Baseado em suas experiências, Rudel desenvolveu novas táticas para seus aviões. Ele descobriu que o melhor método que atingir os tanques era, voando a baixa altitude, atirar em sua parte de trás (o motor do T-34, o principal blindado russo, era montado na traseira e seu sistema de arrefe-cimento não permitia a instalação de uma blindagem mais espessa).
O aspecto interessante era que, atacando da retaguarda, ele sempre estaria voando em direção às suas próprias linhas - o que é interessante se seu avião estiver avariado. Outro ponto fraco do T-34 eram as laterais.

Usando esta tática e voando um avião que não ultrapassava meros 350 km/h (o que o tornava um alvo fácil para os inimigos), Rudel destruiria um número fantástico de blindados: 519 tanques soviéticos, o equivalente a cinco regimentos completos!!! Uma "oração" era muitas vezes feita por soldados alemães na Frente Russa quando os tanques T-34 avançavam em direção às suas linhas: "Meu Deus, nos envie Rudel!". E ele quase sempre vinha... e nunca um único homem causou tamanho dano sobre um inimigo, chegando a destruir 17 tanques em um único dia - não é por acaso que os russos ofereceram pela sua cabeça um prêmio de 100.000 rublos.

Além disso, também totalizaria 150 canhões anti-tanques e antiaé-reos, abateria 70 aviões inimigos e, em seis ocasiões, aterrissaria atrás das linhas soviéticas para resgatar outras tripulações de Stukas abatidos.
Em 17 de julho de 1943, Rudel tornou-se Gruppenkommandeur do III/St.G 2 e, em 25 de outubro do mesmo ano, ele mais uma vez diri-giu-se à presença de Hitler para se tornar o 42º soldado em toda Wehrmacht a receber as Espadas da Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. No início de março de 1944, ele voou sua 1500ª missão de combate.
Rudel não bebia e não fumava e, em vez de sair com os amigos de sua Geschwader para divertir-se, ele aproveitava seus raros momentos de folga para treinar arremesso de dardo e sempre que possível, corridas de longa distància (10.000 metros). Essa eterna sua paixão por esportes viria a salvar sua vida.

Durante uma missão em 21.03.1944 para bombardear uma ponte sobre o rio Dniestr, seu esquadrão foi atacado por caças Lavochkin La-5. O ala do então Major Rudel foi forçado a aterrissar atrás das linha inimigas. Rudel também pousou para resgatar seus amigos, mas foram quase que imediatamente cercados por tropas soviéticas, sendo que a neve fofa impediu o seu avião de decolar.

Os quatro soldados tiveram que realizar sua fuga a pé. Mas logo o rio bar-rou seu caminho, sendo que eles tiveram que atravessá-lo a nado. Seu artilheiro veio a falecer nas águas gélidas, embora Rudel tenha nadado de volta para ajudá-lo. Os outros dois homens também não resistiram e morreram vítimas dos perseguidores russos.
Mas Rudel continuou. Após percorrer 50 km a pé e descalço, ferido no om-bro por um tiro e perseguido por tropas montadas e cães, ele atingiu as linhas alemãs. Alguns dias depois, ele estava voando sua 1.800ª missão, razão pela qual Hans-Ulrich Rudel se tornou, em 29 de março de 1944, o 10º soldado alemão a ser condecorado com a Cruz de Cavaleiro com Fo-lhas de Carvalho, Espadas e Diamantes pelo próprio Hitler, que ficou fas-cinado com a bravura do jovem piloto.

Nesse ínterim, Rudel destruía cada vez mais tanques, à medida que as forças alemãs recuavam para dentro do III Reich. Em 28 de março de 1944 ele acumulava 202 tanques destruídos, número que havia aumentado para 300 em 06 agosto. Em novembro de 1944, enquanto voava próximo a capital húngara (Budapest), ele foi ferido na perna, mas retornaria ao serviço alguns dias mais tarde - com sua perna engessada - para atingir a marca de 463 blindados destruídos em 23 de dezembro daquele ano.

No entanto seu grande dia viria no Ano Novo de 1945. Nesta data Rudel receberia a Cruz de Cavaleiro com Folhas Douradas de Carvalho, Espadas e Diamantes, uma condecoração da qual ele seria o único recebedor. Na mesma ocasião ele foi promovido ao posto de Oberst e recebeu o Schlachtfliegerspange mit Brillanten (Clasp de Vóo para Apoio Terrestre com Brilhantes - criado em reconhecimento à sua 2000ª missão).

Nesta ocasião foi comunicado que ele estava sendo proibido de voar em missões de combate, o que Rudel não estava disposto a aceitar. Já havia conseguido evitar esta ordem outra vezes, mas nesta ocasião Hitler parecia irredutível. Para ele, o jovem Oberst já havia feito o suficiente. Foi então que Rudel disse:
"Mein Fuhrer, eu não aceitarei esta condecoração e a promoção se não me for permitido que continue a voar com minha Gesch-wader!" Um longo silêncio se seguiu. Ninguém contrariava Hitler!!! O Fuhrer olhou-o por um longo período e finalmente disse: "Muito bem. Se você realmente precisa voar... vá em frente. Mas se cuide. Eu preciso de você. O povo alemão precisa de você".
Cinco semanas depois, a sorte de Rudel acabou. Atingido na parte em sua coxa direita por um tiro de uma bateria antiaérea de 40mm, em 09 de fevereiro de 1945, próximo a Frankfurt am der Oder, ele sangrou quase até a morte com seu osso estilhaçado. Pousando em aeródromo alemão e levado rapidamente a um hos
pital de campo, sua perna direita foi amputada na altura do joelho. Levado posteriormente a um hospital em Berlim, lá ele receberia uma prótese. Mas, mesmo assim, Rudel não desistiu.

Ele voltaria a voar antes do final da guerra utilizando sua prótese, destruindo mais 13 outros tanques e co-mandando a mais antiga e mais conhecida das unida-des de apoio terrestre: a Schlachtgeschwader 2 "Immel mann", já equipada com os novos Fw 190D-9.
Em 08 de maio de 1945, quando a Alemanha se ren-deu, Oberst Rudel, que estava na região da Bohemia, voou sua 2530ª e derradeira missão, em direção às tropas americanas situadas no aeroporto de Kitzingen, próximo a Wurzburg, escapando pela última vez à cap tura pelos soviéticos. Seu derradeiro ato, foi destruir os aviões à medida que iam pousando, mediante uma aterrissagem forçada.

Rudel seria interrogado primeiro na Inglaterra e, posteriormente, na França, retornando finalmente a um hospi-tal na Bavária, para convalescer de seus ferimentos. Após sua alta em 1946, ele trabalhou por um tempo co-mo empreiteiro no negócio de transporte de cargas e, em 1948, ele emigrou para a Argentina, onde trabalhou para o governo daquele país como assessor da Força Aérea, mas estendendo seus negócios também no Para guai e Brasil. Neste último, onde esteve por várias vezes na região de Santa Catarina e passou alguns de seus últimos dias de vida, o mais bem sucedido piloto da Luftwaffe e de toda a Segunda Guerra Mundial só deixou ótimas recordações: "O Sr.Rudel esteve inúmeras vezes aqui em nossa região, era uma pessoa explendida." - Anónimo.
Rudel retornou para a Alemanha nos anos 50, envolvendo-se na política onde não foi muito bem sucedido devido à suas posições excessivamente conservadoras, ainda atreladas ao pensamento totalitário dos anos 30. Ele escreveu sua biografia, chamada "Trotzdem", que foi traduzida para oito línguas (inclusive o português, "Piloto de Stuka") e se tornou um dos grandes clássicos da literatura sobre aviação da II Guerra Mundial.
Mas mesmo em tempos de paz, Rudel continuou prati-cando esportes. Esquiava, corria e chegou a escalar o monte Llullay-Yacu na Argentina (6.902 mts). Ele tam-bém era muito respeitado nos EUA, onde foi entrevistado em várias ocasiões por militares americanos durante o desenvolvimento do avião A-10 Wartog (um novo tank-buster, movido a jato e equipado com um canhão rotativo Gatlin de 20mm - muito usado na Guerra do Golfo). Suas atividades só diminuiriam após um derrame em 1970, que o deixou com o braço direito paralisado.
Ainda assim, apoiar Rudel podia se revelar algo muito perigoso. Em 1976, durante o encontro de veteranos do St.G 2 Immelmann com os jovens pilotos alemães da mesma unidade da Bundesluftwaffe, Rudel foi levado à reunião e realizou um bem sucedido discurso para os pre
sentes. Criticado duramente, Rudel foi publicamente defendido pelo então General Walter Krupinski - que foi sumariamente demitido.
O balanço matemático de sua carreira é formidável: Rudel voou 2530 missões de combate (das quais 400 foram a bordo de um Fw 190D-9), sendo abatido em cerca de 30 ocasiões. Em seis anos, ele destruiu cerca de 150 peças de artilharia, 519 tanques e aproximadamente 1000 veículos variados. Além do couraçado "Marat", ele afundou dois cruzadores e um destróier e danificou seriamente outro encouraçado, como já foi descrito. Sob outra perspectiva, devemos ainda considerar que seus vóos cobriram uma distància de mais de 600.000km e usaram mais de 5.000.000 de litros de combustível. Em adição a estes números, Rudel despejou mais de 1.000.000kg de bombas, disparou mais de 1.000.000 de projéteis de metralhadoras, e efetuou mais de 150.000 disparos de 20mm e mais de 5.000 disparos de 37mm.

Sem sombra de dúvida, a despeito de sua controvertida figura, é ine-gável que Hans-Ulrich Rudel foi um piloto experiente, que amava voar e combater. Ele odiava estar em licença ou em repouso médico e mesmo quando teve sua perna amputada, ele não se deixou deprimir e continuou a voar e destruir.
Ele demonstrou um poder, firmeza, destemor e determinação sem paralelos, mas nenhuma das imagens que temos dele durante a gue-rra nos mostra qualquer sinal das difíceis situações vividas em com-bate em seu rosto. Sua bravura pessoal está, portanto, além de qual-quer questionamento, e seu lugar na história da aviação militar é plenamente merecido.
Hans-Ulrich Rudel, o soldado mais condecorado de toda Wehrmacht morreu aos 66 anos de idade, em 18 de dezembro de 1982. A seu pedido, todas as suas condecorações foram doadas por sua viúva pa-ra um Museu Alemão, onde repousam até esta data, já que Rudel não queria vê-las leiloadas nos Estados Unidos.

Mas, como não podia deixar de ser, mesmo seu funeral foi controvertido. Embora a Bundesluftwaffe tenha proibido a presença de pilotos em seu funeral, vários pilotos apareceram para uma última homenagem. No momento em que ele era colocado no local de seu repouso definitivo, dois caças McDonnel Douglas F-4 Phantom da Luftwaffe fizeram uma saudação a baixa altitude como um último adeus perante a cova aberta. Os autores desta última e merecida homenagem nunca foram identificados...


CONDECORAÇÕES:

10/11/1939 - Cruz de Ferro 2ª classe
18/07/1941 - Cruz de Ferro 1ª classe
18/07/1941 - Clasp de vóo em ouro
1941/1942 - Troféu de Honra
1941/1942 - Cruz alemã em ouro
06/01/1942 - Cruz de Cavaleiro
14/04/1943 - Folhas de Carvalho da Cruz de Cavaleiro
25/11/1943 - Espadas da Cruz de Cavaleiro
29/03/1944 - Diamantes da Cruz de Cavaleiro
29/12/1944 - Folhas de Carvalho douradas
29/12/1944 - Clasp de vóo em ouro com diamantes









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