Eu vou cuntar pra oceis
Tudo que acunteceu
Com a formosa dama
Moradora da cabana
Que com ela me casei
A festansa foi no mato
Sem padre e sem sacristão
Convidaram... um macaco
Que quebrando todo galho
Levou a dama na mão.
A espingarda peguei
Carreguei com chumbo grosso
Fiz pontaria certeira
E depois de muito esforço
O macaco eu derrubei
A dama de nome Ramira
Correu pra mim arretada
Sem saber o que dizer
Pois estava atrapalhada
Com a cena desalmada.
Foi então que percebi
Que o choro de Ramira
Era de dor... sofrimento
Pelo finado macaco
Que estava endurecendo
Peguei de novo a garrucha
Destremelada... em fumaça
Fiz de novo a pontaria
Em direção da marvada
Que gritava em juramento:
"Vigem mãe... meu pai amado
Juro com todo o cuidado
Que não ti trai com esse bicho
Ele apenas é afilhado
Do meu irmão Clodoaldo
Que agora qué saber
Quem matou o coitado
Pois com o facão afiado
Ele jurou enervado
Que o figadu... vai comer..."
Bob Mur
Abril de 2009.-
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