Elvira Camarinha
Segredo insolente... Confesso à beira pecado, este meu lindo trago, camélia irreverente, lavrando a semente... entrego-te, Terra Santa, este segredo premente, pérola de prata em manta, sonhando contigo presente... sibilo, segredo, sonho, insolente, generosidade de sempre! Deus rompeu a madrugada decretou-me tua Amada! Fez-se Azul a minha caminhada... Não me faças abandonada!
Miguel Eduardo Gonçalves [Versos entrelaçados]
Segredo insolente... Confesso à beira pecado, -ter voltado por acaso a pensar nisso... este meu lindo trago, camélia irreverente, -lembra-se rapidamente do seu rosto, lavrando a semente... -quase-alucinação, -num silêncio de sono, entrego-te, Terra Santa, este segredo premente, -uma casa sem porta pérola de prata em manta, -grande festa pálida sonhando contigo presente... sibilo, -como a lua que de castigo se encobre, segredo, -luz irreal, sonho, -um complô insolente, -brilhante inquietação, generosidade de sempre! Deus rompeu a madrugada -e aos olhos que a claridade viraram decretou-me tua Amada! Fez-se Azul a minha caminhada... -Tudo brilhou diante de nós... Não me faças abandonada!
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