Perene como um rio caudaloso
Fatima Dannemann
Não, eu não gosto de textos com data
principalmente poemas
desses para serem lidos no natal
ou em um único momento da vida.
Eu prefiro falar de assuntos sem prazo de validade
que tenham minha própria cara
ou que apenas atendam as expectativas do leitor.
Eu não escrevo sobre dia de nada.
Não mais do que uma vez.
Nada contra natal, ano novo ou páscoa.
Mas é que em vez de apenas especular sobre o dia
eu prefiro viver a festa,
eu prefiro fazer a festa,
tomar todas,
aproveitar os momentos
e ai, quem sabe, dias depois,
eu sente diante da tela,
olhe de relance para qualquer janela
e escreva alguma coisa.
sem data, sem mesmo um tema e especial,
um poema perene, como um rio caudaloso,
com um prazo de validade que nunca será vencido.
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