Eram verdadeiros amantes do esporte bretão. E sempre que podiam, reuniam-se para os treinamentos na praia de Ipanema. De tanto insistirem nessa brincadeira esportiva acabaram aprendendo a jogar e pelotas já não mais eram isoladas ao mar e nem invadiam a avenida quase causando acidentes nos velhos carangos da época. Agora eram somente os transeuntes que passavam pelo calçadão da praia e os banhistas que raramente sofriam com as bolas perdidas. Bons tempos aqueles, vejam só, eu mencionei bolas perdidas e não as commumente existentes na atualidade: "Balas perdidas". Naquele tempo as "balas" de revólver no máximo eram engolidas por um moleque como na famosa crónica do mestre Stanislaw.
Bom, mas voltando aos jogadores que realmente era o assunto inicial: Um belo dia, nosso digníssimo centroavante o "Coca", inspiradíssimo pela inabilidade futebolística da rapaziada do pedaço, resolveu que iria sugerir ao grupo que nomeassem o time de peladas com aquele nome diferente e que pegou de prima. Nesse dia fundaram o Rebotalho Futebol Clube, uma espécie de versão jurássica do nosso famosíssimo "Tabajara F.C.".
Contam as más línguas que um dos jogadores desperdiçou uma cobrança de penalti durante uma partida e ficou parado, sentado no chão coçando a cabeça perdido e divagando sobre o acontecido. Eis que o nosso herói "Coca" foi consolar o companheiro:
- Puxa Tavinho você desperdiçou a nossa única chance de balançar a rede adversária... Mas, liga não! Bola pra frente, levanta a cabeça e vamos continuar tentando!
- Eu chateado? Tá maluco rapaz! Eu tava era aqui pensando... Se afinal até o rei Pelé já perdeu, por que eu também não posso de vez em quando errar?
E assim foi. Seguiram sem mexer no placar, quer dizer no lado do Rebotalho... Porque no oposto o que se via era uma chuva de gols.
Sinceramente quando me vem essa história... Eu me pergunto:
- Será que os fundadores do Rebotalho F.C. Não deveriam exigir na justiça os direitos autorais sobre o "Tabajara F.C"?