Solidão
Ou de como se é um andarilho errante do universo.
Sozinho na sala escura,
pergunto-me o que sou?
De onde vim, neste momento,
para ficar nesta procura,
perguntar-me onde vou?
Flutua meu pensamento!
Espreitando a minh alma,
e fitando o firmamento,
pelo vidro fosco opaco,
lembro bem com toda calma,
de todo santo ensinamento,
que minha ira agora aplaco!
Perguntei ao meu semblante,
espelho do meu pensamento,
onde está o hierofante,
que proteje o imanente,
que transcende meu caminho,
neste destino tão mesquinho?
Do silêncio ensurdecedor,
na solidão da resposta,
descobri que nesta dor,
espírito errante é imposto,
é senda futura, é inverso,
deste andarilho do universo!
Assim deixado aqui fui,
nesta mesma sala escura,
sem amor e sem amantes,
na energia que reflui,
em busca da abertura,
d outras vidas distantes!
22/08/2005
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