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cronicas-->Patty Sue, seu passado a espera -- 15/09/2003 - 00:33 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje recebi um e-mail de uma antiga professora de português. A melhor que tive até hoje, quem promoveu em mim um gosto indelével pela leitura e pela escrita. Foi minha professora entre meus 11 e 13 anos, num colégio estadual. Um colégio que mesclava bem as classes média, média baixa e baixa. Havia crianças em todas estas situações, e acho que divididas em partes iguais.
Na mensagem ela diz: "Olá. Peguei seu e-mail na agenda da Tribo deste ano. Por acaso você é a mesma Patrícia Köhler que estudou no Jacyra Moya, entre 1988 e 1990? Se não, me desculpe. Se sim, aqui é a dona Wilma, professora de Português, e queria muito poder retomar contato com você".
A felicidade que senti ao ler estas palavras é indescritível. A dona Wilma e eu tínhamos uma relação de amizade a carinho que superava e muito a de aluna-professora. Eu era tida como a nerd e puxa-saco, porque minhas redações eram sempre as mais lidas e comentadas por ela, assim como as provas.
Só não me azucrinavam mais porque nas outras matérias minhas notas eram bem medianas, e em matemática eram medianamente baixíssimas! Isso me conferia um pouco de normalidade.
Na verdade quando comecei a ter aulas com a dona Wilma, meu contato com a leitura já era bem acima da média, já que desde muito novinha fui sempre estimulada a ler. Não foi muito difícil então esta sinergia que nos uniu, e que quase sempre cada um dos professores encontra em pelo menos uma sala de aula. A professora de matemática, a temidíssima dona Akiko, também tinha seus discípulos, e me recordo de cada um deles: a sua filha, Aline, o sempre asseado Oscar, e a mestiça mais bonita que já conheci, a Francine.
Em geografia, história, ciências, sempre havia os que se destacavam. E é claro que há sempre alguém que se destaca em tudo, e isso às vezes assusta. Como pode ser tão estudioso? Em que horário se diverte? Não vê o Bozo, o Chaves, Que rei sou eu?, e outras maravilhas da época? Não fica até tarde da noite na rua ouvindo estórias de terror, fazendo "a brincadeira do copo", brincando de jogo da verdade ou killer?
Eu sempre fui muito relapsa em relação aos estudos, o que me rendeu algumas reprovações que poderiam ter sido evitadas. Só estudava o que queria e gostava mesmo. Ou seja, português, inglês e um pouco de história. O resto? Quando não reprovava, passava `raspando´, com ou sem recuperação.
Na verdade comecei a tergiversar porque este e-mail me remeteu a uma das épocas mais inesquecíveis da minha vida. A que contém as passagens mais importantes e trágicas da vida de qualquer menina: a primeira menstruação, o seio que já não dá para ser colado à camiseta sem alguma proteção - ou seja, "o primeiro sutiã" -, o primeiro beijo, a primeira desilusão amorosa (nesta sou catedrática, infelizmente) e mais muitos outros acontecimentos marcantes e cheios de sabor.
Estou muito feliz por saber que poderei resgatar uma parte daquela época, retomando contato com uma das protagonistas dela, a dona Wilma. Tenho certeza de que iremos rir e nos emocionar ao relembrar de certos episódios. Ela talvez fique um pouco decepcionada quando contar-lhe que abandonei a faculdade de letras, já que ela via apenas este futuro pra mim: dar aulas de português. Mas falarei que foi por uma ótima causa: tentar poupar meus possíveis futuros alunos de uma professora muito maluca, que dificilmente conseguiria fazer 35, 40 pestinhas, prestarem atenção à aula. E que então resolveu tentar ser jornalista, para fazer um número um pouco maior de pessoas prestar atenção às suas bobagens.
Quem dera todo dia uma surpresa tão boa aportasse em nossas caixas-postais!




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