188 usuários online |
| |
|
Poesias-->Ardor e espera -- 10/08/2005 - 02:00 (Rodolfo Araújo) |
|
|
| |
Sobe-me às veias o sangue
dos parreirais perfumados
vinho franco ou luso
evapora remontando a mares doces
Sua barca já há tanto partida
despe-se no mar plúmbeo que espelha
a nuvem negra da saudade
chama cortante do vazio
Lábios meus em deserto
gélidos ao cair da noite
fulgurantes à luz da esperança
que rompe do sol as entranhas
a cada amanhecer
Braços, fadiga, cansaço
nenhum peso existe
nem mesmo para o nobre que pesca
e à noite reza
para retornar
Seu beijo, leveza da qual provo
nos sonhos e assim renovo
as purezas e nuvens do querer
a vontade crescente de lhe saber
Canto ilimitado agora,
tal como águia que singra a estação
rompe nuvens decidida
não se faz por um minuto aflita
aproveita da claridade o ensejo
para tocar inteira seu desejo
Assim há de regalar
o contar do girassol
quantos dias restam a mim
para com você dividir
um pôr-do-sol?
No meu claustro permaneço
ardendo em esperança
retardo, pois, as andanças
visto que o calor maior
virá somente após sua tempestade
nascente vil de minha bonança |
|