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Contos-->Um coito, apenas -- 24/09/2004 - 13:37 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Essa união de corpos que planejo se trata de um desmembramento lúcido, diante de um medo desconhecido. Primeiramente devo saber o que não entendo (por que te desejo), na ânsia de entender o que não sei (como te possuir). O caminho inverso é totalmente impossível. Porque ter consciência de que o algo me amedronta não significa que terei condições de vencer o medo. Então eu vejo teu corpo ainda escondido nessa roupa desgraçada; vejo-o sob uma nítida consciência de fome. Estou pronto pra conhecer aquilo que me aprisiona. Há uma imensa turbulência no meu interior, feita de ondas espasmódicas, às vezes me afundando em um instinto assassino. Quero morrer nesse momento em que te devoro numa instância platônica. Estou ainda elaborando uma frase pra dizer no momento exato em que meu pênis te penetrar. Não sei de que natureza se revestirá esse gozo. Não sei se terá algum resquício de humanidade no meu olhar de macho. Tentarei, sim, te levar a um estrato de prazer jamais sentido por qualquer fêmea nesse mundo. Teus gritos não serão de dor apenas; eles revelarão uma possibilidade suprema de haver felicidade subjacente à esfera mais impura de nossas composições, essa que nos transfere, no coito, a uma instância de voracidade animalesca e cruel. Tuas unhas tentarão arrancar um pedaço do meu corpo. Tentarão me desmembrar, também. Quererás arrancar talvez o meu coração, porém, o que restará em tuas mãos será apenas o cheiro de um espasmo alucinado. Gozarás essa hora como se estiveses entrando num mundo de total ausência de culpa ou desespero. Ao fim de tudo, quando o suor tiver secado de nossas peles, haverei de suspirar aliviado, certo de que a volúpia que me dominou não voltará a atormentar, a menos que, no dia seguinte, consiga olhar nos teus olhos. Estarei no mesmo lugar de sempre; não sei se voltarei à sanidade.
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