escrevo-te o poema que pediste.
não sabendo o que dizer, a alma apenas sente.
não sabendo o que dizer, a alma se faz de contente
pela tua presença diária em nossa vida,
com tua gentileza e doçura.
quando não te ouvimos, sentimos uma
saudadezinha, daquelas impertinentes,
quase silenciosa, mas presente,
parecida com você. Não desiste.
é uma saudadezinha preocupante,
pelos defeitos que temos, nós dois.
uma saudadezinha que te põe, novamente,
no sofá da sala, com teu sorriso
e o olhar que pergunta.
temos, eu e a alma, sentido muito.
saudade, dúvida, carinho.
é como o pisca-alerta ligado
numa estrada deserta.
como chuva e sol,
quando parece que a natureza
não se decide e fica brincando.
e acaba por mandar o arco íris
para enfeitar o dia.
como não passa essa chuva e o sol brilha,
não sei do arco íris.
se vem enfeitar nosso dia
ou se será apenas a promessa
- que é doce, mas não se concretiza.
eu, indecisa?
sinto-me na "corda sobre o abismo".
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