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Humor-->A dieta -- 06/07/2003 - 12:14 (Silvio de Oliveira Toco Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Seu despertar já é cansativo, afinal movimentar 140 quilos a noite toda, é o suficiente para desanimar um novo dia.
Bem, não havia nada melhor do que, uma vez que acordara, permanecer ali, quietinho, descansando. Ademais, fora deitar aproximadamente as onze da noite e agora, ao olhar o relógio, verificou que faltavam dez minutos para o meio dia.
Puxa, dormi pouco, pensou nosso personagem.
Por isso é que devo estar cansado.
Por uma questão de ética não darei nome aos bois na trama que aqui se desenrola, mas saliento que o nosso personagem principal é um jovem com vinte e quatro anos, com um peso muito acima do ideal, vivendo cercado pela família onde também fazem parte algumas pessoas um tanto... gordinhas.
Seus dias obedecem a uma rotina sedentária e seguem-se mais ou menos assim:
Ao acordar nosso amigo estica o braço e pega o controle remoto da TV. Dá uma passada pelos canais e resolve ir até a cozinha, afinal são muitas as horas em jejum. Abre a geladeira e encontra uma enorme fatia de bolo.
Comê-la ou não comê-la?
Huuumm! Esse glacê ! Ótimo!
Será que tem uma Coca?
Yes! Meio litro dá!
E volta a TV.
Após algum tempo, muito tempo, resolve levantar. Como a avó mora na casa da frente não custa dar uma passadinha por lá, aproveitar e tomar um café.
- Vó! Tem pão?
E assalta a geladeira.
- Esse queijo é bom né vó?
- Vou pedir pra minha mãe comprar!
Na varanda ao encontrar com os primos é claro que não deixa de pegar uns biscoitos.
Vai até o muro, olha a rua, reclama que o sol está quente e volta para a varanda.
Está tudo muito chato pensa. Retorna a sala e liga a tv da avó. Passa um tempo ali, sentado, pensando e pensando e pensando.
Entra a avó e pergunta:
- Você não vai almoçar?
- Já vou vó!
- Sua mãe deixou comida?
- Deixou vó! Nós estamos de dieta e lá deve ter alguma coisa.
- Vó ! Se me chamarem diga que não estou em casa. Vou dormir um pouco pois estou muito cansado.
E segue para casa o nosso ilustre gordinho, quase que se arrastando. Abre a geladeira, retira o refresco diet, o iogurte, o pão integral, a saladinha de alface com milho, tomate, beterraba, palmito, o presunto a ricota e aquele molho. Coloca no forninho uma boa porção de lasanha e liga a televisão.
Enquanto a lasanha aquece, um saquinho de batatas fritas ajuda a enganar o estômago. Pronto! finalmente pode se sentar e almoçar. Assiste a um noticiário e pensa. Pô! Minha mãe não deixou nada para a sobremesa. Vou dormir.
E por volta das seis ou sete horas da noite ele acorda. Seu primeiro pensamento? Claro que é em sua mãe. Afinal, ela já deve estar chegando do serviço para preparar a janta. Ou melhor, ele pensa:
- Minha mãe hoje bem que podia fazer um cachorro-quente! Uns quatro!
E o dias passam nessa mesmice.
E seus quilos aumentam, aumentam, aumentam até que...
... Até que alguém descobre um certo doutor Vindo não sei de onde, e com suas várias fórmulas mágicas para um rápido emagrecimento.
E assim, pressionado pela mãe e por uma tia, ambas um tanto redondas, resolve aderir ao programa. Consulta o tal doutor, compra o remédio que custa os olhos da cara, mas que por encontrar-se em oferta dá direito a um brinde. Trata-se de um kit contendo corda, venda e esparadrapo. Corda para amarrar os pés e as mãos e não se locomover para a cozinha. Uma venda para não olhar para a geladeira e o esparadrapo para tapar a boca e não comer mesmo.
Bem, a turma da dieta leva a coisa realmente a sério. As dosagens do tal remédio são tomadas à risca. Torna-se cômico o barulho ensurdecedor dos vários despertadores quando na hora do medicamento e a isso soma-se também o corre-corre e os gritos:
- fulano olha o remédio!
- Avisa a tua tia! Tá na hora!
Ficaram combinados, também, alguns exercícios. Claro que não valeria a pena tomar os remédios, ficar com fome e não fazer exercícios. Assim, após a segunda reunião familiar, optaram por uma caminhada matinal.
Todos os dias as seis da manhã, trajando suas bermudas do tipo "me chupa" e camiseta branca, talvez para comemorar qualquer coisa do tipo ecológico ou pela paz são seguidos por Roliço, o cão, que também excedera ao peso, graças aos mimos da sua dona, dão início a caminhada.
Saiam em número de quatro, mais logo esse número foi modificado com a adesão de algumas vizinhas, do Pastor da igreja, uns dois mendigos conhecidos, uns três ou quatro bêbados da localidade, dois vascaínos desgostosos e alguns cachorros que seguiam o grupo.
Formados, seguem pelas ruas do bairro atraindo a atenção das pessoas e comerciantes da localidade. Levam faixas e distribuem panfletos e cartões com o endereço e telefone do tal Dr em busca de novas adesões.
Também na caminhada, o que não falta é fofoca. Falam da vida, dos outros e das suas também, da mulher do vizinho, do marido da fulana, do aumento da passagem, dos glúteos da moça da frente que é muito avantajado, do Pastor que é magro demais e está fazendo caminhada e até do nosso herói que por sinal é sempre o último da fila.
E seguem eles. Lógico que não há necessidade de levar lanche, frutas e refrigerantes, mas o pessoal é bem organizado e um lanchinho nunca é demais. Combinam um possível churrasco para o sábado. Ou melhor seria uma feijoada? Mas é claro! Dieta tem que ser de segunda a sexta. sábado e domingo nem pensar!
E roliço que a tudo escuta, balança o toquinho de rabo que lhe sobra, e sacode-se como que em afirmativa ao proposto churrasco.
E quanto ao nosso amigo, após mais um dia brigando com a fome, e cansado da longa caminhada, e da permanência do restante do dia sem comer, deita-se exausto para o sono reparador.
São onze horas da noite. Ele olha para os pés, e observa atento os dedos dos seus pés.
Com fome e assustado começa a transpirar e a salivar.
- Maaaaaaaaaãe! Socorro!
- Meu Deus! Meus dedos parecem uns croquetes!
- Frita pra mim mãe! Frita!
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