TOMA-ME COM TERNURA
(Maria Hilda de J. Alão)
Pássaros voando nos ares,
Borboletas adejando em flores,
Cantai, cantai belos cantores,
Pois meu grande amor nasceu!
Ah, recém-nascido amante!
Entoa teu vagido, teu canto,
Prende com esse teu encanto
Meu coração que já é teu...
Toma-me com toda ternura,
Quero todo o prazer da terra
Que no teu corpo se encerra
Para satisfazer o desejo meu,
De matar esta fome tão cruel,
Igual a dos pombos pelos farelos,
Dos úmidos beijos, sabor de mel,
Do teu cheiro de cravos amarelos.
Vem! Põe teu rosto no meu seio,
Em brancas rendas oculto,
E deixa as mãos fazerem um culto
No altar do meu corpo que é teu...
11/10/03.
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