Ainda paira em meu peito a amargura
daquele dia de triste entardecer,
quando rumaste ao mundo de aventura,
deixando-me coberto de dor e sofrer.
Caía a noite em escuridão serena
no cais da estação onde me despedia,
sobre mim poisava a dolorosa pena,
e de luto cobria um coração que sofria.
As horas passei, olhando o escuro,
onde apenas cintilavam as estrelas,
sofredor revia os sonhos do futuro,
casados com ilusões puras e belas.
Se o Céu perdoa falsas juras de amor
envelhecidas pelo passar dos anos,
que a nostalgia que me encheu de dor
esqueça a saudade e os desenganos... |