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Cronicas-->A incrível arte de vender sapatos -- 21/08/2003 - 05:29 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje fui a uma loja de calçados para tentar achar uma sandália com algum salto. Algo que acrescente ao menos uns 5 cm aos meus portentosos 1,56m.
Encontrei uma que me pareceu muito confortável e com preço atraente. Estando eu com muita pressa, disse à vendedora: "olha, eu quero esta Dijean (olha o merchandising!!) aí, fumê, 36". E a moça sumiu loja adentro.
Depois de quase uns 10 min ela volta com três caixas. Logicamente que nenhuma delas continha a minha Dijean fumê, 36. Quando eles vêm com duas ou mais caixas, pode esquecer, porque o que você pediu, eles não têm. Bingo!
"-olha, a fumê 36 não temos, mas tem esta azulzinha, esta vermelhinha e esta fumê, 37. Quem sabe com uma palmilha?"
"-obrigada moça, eu queria mesmo a fumê 36. E palmilha em sandália de plástico, que faz o pé suar pra dedéu?? Deus me livre!"
Entrei em mais duas lojas e as mesmas coisas aconteceram. Pedi a mesma sandália, e os vendedores voltavam com pilhas de três metros de caixas, tais quais malabaristas chineses, e claro que a minha sandália estava a anos-luz de lá, quiçá apenas na fábrica.
Fiquei pensando depois nesta maravilhosa arte do "ah, se não tem tu vai tu mesmo." Tem uma razão pra eles agirem assim, e provavelmente é porque alguns incautos devem acabar desistindo de comprar o que realmente queriam e levar algum outro sapato "empurrado" pelo vendedor.
Agora imaginem isso aplicado à nossa vida prática.
Na livraria: "oi, por acaso vocês têm "Os irmãos Karamázov?". O vendedor volta com dois livros:
"-olha, este não tem, mas tem este do Helio de La Peña, da Casseta & Planeta, e este aqui que é best seller, da Aparecida Liberato, aquela irmã do Gugu, sabe, sobre numerologia, tá vendendo bem que só...e é grande também, já que você deve gostar de livro grande, pelo jeito..." "ah, sim, vou levar o da Aparecida, afinal o conteúdo deve ser quase o mesmo"...
Seu chefe: "Ricardo, traz pra mim aquele relatório que te pedi ontem." Você demora uns quinze minutos e volta esbaforido com três disquetes: "olha, seu Aderbal, aquele relatório não tem, mas tem este aqui que foi feito no mesmo período do ano passado, este outro que é muuuuito similar àquele, apenas houve mudanças na cotação do dólar, que estava a dois pra um àquela altura, e este..."
Nem preciso avançar pra sabermos que isso é justa causa.
Já me imagino jornalista, trabalhando numa redação qualquer: "Patrícia, cadê a matéria sobre
o nobel do Scliar?"..."ah, esta não fiz, mas olha que legal essa matéria sobre cachorros hipertensos..."
Agora me digam: por que vendores de sapatos podem agir assim impunemente? Alguns que vendem roupas também agem assim, mas é mais raro. No ramo dos calçados isso é pré-requisito pra poder trabalhar.
Lutemos pelos mesmos usufrutos dos vendedores de sapatos! Chega de tanto maniqueísmo. Não dá pra ser assim "ou isso ou nada feito", precisamos variar, dar e ter opções.
Alguém aí quer me contratar pra vender sapatos?

Patrícia Köhler, estudante de jornalismo











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