Heliogábalo e o Casamento dos Deuses
A Oscar Wilde, Freud e Priscila, a rainha do deserto.
“No momento em que o deus aparece, o deus bêbado que faz vacilar à seus guardiões, o templo vibra, em correspondência com os torvelinhos extratificados dos subsolos, conhecidos e selados desde a mais remota Antigüidade”. Antonin Artaud, Heliogábalo, O Anarquista Coroado.
O belo jovem nascido na Síria,
Desde logo iniciou-se nos mistérios
Do deus Elagabal...Em panegíria
Canção invoca estranhos vitupérios...
Em Roma, já senhor do vasto império,
Às margens do doce Tibre, às lezírias,
Faz-se o conúbio em tom profano e sério
De Juno e Baal, divindade tíria...
Deus dos falos, dionisíaco priápico!
Heliogábalo em ritos sodomíticos,
Falos em vil sacrifício seráfico
Imolou neste ato psicanalítico...
E assim, após, Héracles sinápico
Leva o rei transgênero ao fim político!
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