Na boca, secura e fel me fazem ver
Cerrados olhos cegos do invisível ser.
Enganos que me fazem acreditar
Ainda no porvir que me anima
Esperança que se foi e vai faltar.
Não acredito mais que seja poética
A dura vida de valores mundanos
O peito preso nessa duvida hermética
Inexistência pia da vida nesse plano.
O sofrimento penso alma cadente
Lágrimas voltadas pra dentro de si
Viver selvagem feito delinqüente
Expulsa a fera que não quer sair
Demonstra ser pífio, só e aparente.
Obscuros caminhos, grandes obstáculos
Percurso sinistro sem luminosidade
Poderoso monstro mostra seus tentáculos
Impede a busca nessa luta, sua maldade.
Insensível corpo em perdição
Alterando o rumo fechando as portas
Calcificando em pedra o coração.
Na cabeça a energia descontrolada
A deriva sem destino, triste, sem nada.