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cronicas-->A gafe nossa de cada dia -- 14/08/2003 - 01:41 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A gafe nossa de cada dia

Já deve ter acontecido com você. Mas eu espero sinceramente que não.
Ontem reencontrei um ex-namorado que não via há mais de um ano, um rapaz por quem fui muito apaixonada, loucamente apaixonada, iria ao Mada por ele se soubesse de sua existência. Agradeço à longevidade das novelas do Benedito Rui Barbosa, que mantiveram na gaveta a trama global atual. Hoje em dia não iria ao Mada nem se fosse a Lorena Bobbit.
Bem, mas o que aconteceu é que nos vimos na saída de uma estação de metró, ele me reconheceu de imediato e eu ainda fiquei ali, fechando meus olhos míopes pra focar sua fisionomia. Ele vem em minha direção, segura meu antebraço e diz: oi, Pati, sou eu mesmo...não mudei tanto assim, vai...não, não, eu digo, me segurando pra não dar bandeira de que ainda - pasmem - fico meio atrapalhada em sua presença.
Depois das perguntas de praxe - e aí, como está a vida, a faculdade, sei que está fazendo jornalismo, blá blá...- ficou aquele silêncio meio constrangedor. Eis que solto a fatídica pergunta: - E seu sobrinho, melhorou? Melhorou do quê, ele rebate, e eu: - da meningite, ué! E ele foi muito polido e não acabou comigo ali mesmo,como convinha a qualquer pessoa normal.
Imagina, depois tanto tempo, perguntar se seu sobrinho havia melhorado da meningite!
Quem parecia estar há um ano com alguma séria inflamação nas meninges era eu, ao formular tão brilhante pergunta.
Sempre fico muito P da vida comigo nessas horas, e as promessas de tentar crescer de uma vez por todas ficam borboleteando na minha cabeça. Crescer, amadurecer, ler mais Bravo! e menos gibis. Parar de ficar confusa a ponto de falar tanta abobrinha, ser mais contida, mais adulta. E pimba, lá vem outra gafe e me derruba.
Místicos já me disseram que é coisa de pisciano (devo então me conformar, já que nasci e morrerei sob tão canhestro signo?), uns têm certeza de que faço gênero, como se fosse a coisa mais divertida do mundo cometer gafes e ter fama de atrapalhada, ingênua, uma mistura de Cabíria com Bridget Jones, pegando o lado mais tragicómico de cada uma.
Vivo me enrolando, é uma coisa quase que diária. Hoje mesmo, por exemplo, revi um colega do meu finado curso de Letras que também escreve, a gente curtia muito os escritos um do outro. Mas perdemos contato, ficamos uns dois anos sem notícias mútuas e lá naquela exposição passei a noite a falar: vem cá, Marcelo, olha isso, Marcelo, que bom te ver, Marcelo, então tchau, Marcelo. Foi quando ele disse: também adorei te rever, mas meu nome é Márcio. Mais um tombo. Pó, ele podia ter me advertido logo de início, mas preferiu deixar a situação ir, ir, ir, não sei se por excesso de educação ou de sadismo, já que sua observação à hora da despedida fez minha cara e agenda caírem.
Preciso começar a me conformar. E como diz nosso maior poeta, "quem nunca enrolou os pés publicamente nos tapetes das etiquetas?"
O meu grande senão é não ter mais pés pra enrolar!

Patrícia Köhler, estudante de jornalismo e muito confusa.


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