Anoitece...
Lá fora a noite desce...
Aqui, entre lençóis,
sem qualquer ruído,
escancaro o coração
para a alma, que padece,
em total escuridão
no brilho apagado de mil sóis
deste amor proibido...
A cama, desfaço...
Arrumo outra vez
na espera enlouquecida
de estar em seu braço,
à mercê de sua mão atrevida,
que me faz tão louca
a perder o senso da vida
para morrer em sua boca...
E a noite se esvai...
Fica apenas o toque de sua carícia
na minha pele, que ainda arrepia,
sem que eu sinta frio ou calor...
A manhã nos trai
e, o devolve ao seu destino,
ficando em minhas mãos
apenas o cheiro do nosso desatino
E, você, se vai...
(Lara Cardoso)
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