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Erotico-->21. UMA NOITE MAGNÍFICA -- 27/09/2003 - 07:34 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Antecipamos o encontro no centro espírita entre Plínio e Margarida. Na verdade, precisamos dizer que cada qual foi até lá com sua própria ansiedade: Plínio, meio desesperado por não obter nenhuma notícia do filho fujão, cheio de desconfianças de que havia sido eliminado e incinerado num dos incêndios da rebelião.; Margarida, meio esperançosa, em busca de sadio contato com o espírito do filho morto.

Quando Plínio chegou, lá estava a esposa levada pela irmã. Dona Hortênsia cedera aos instantes pedidos da doentinha, atribuindo-lhe o tenaz exercício da vontade ao fato de estar sob os efeitos dos excitantes químicos, uma vez que ao médico pareceu que a paciente precisava vencer as barreiras da melancolia, forma poética de mencionar a depressão neurotizante.

Saldanha, que interpretava bem as ondas de vibração emitidas desde a profundeza do espírito, não se deixava enganar pelas desculpas da pobre religiosa, sabendo que havia um desejo natural de comprovação da existência dos espíritos e de sua possibilidade de comunicação com os vivos. Se se comprovasse, iria ter no que pensar, em trabalho intelectual pouco comum.; se não se comprovasse, poderia converter a “demente” (aí mais que nunca) para o Catolicismo. Hortênsia, contudo, não corria nenhum risco, porque presumia que, qualquer fosse o resultado da reunião, sempre poderia atribuir as manifestações às forças infernais, resolvendo qualquer problema de consciência no confessionário.

As duas estavam sentadas na segunda fileira, à orla da mesa em que se desfeririam os trabalhos mediúnicos. Foram admitidas por intercessão de Ariovaldo, é claro, pois julgava ele que o estado emocional de Margarida suportaria a provação de um contato infeliz com o espírito do filho.

Plínio, sem que dessem pela sua presença, sentou-se três fileiras atrás, pondo-se a observar a figura da esposa, deixando-se impressionar por sua incrível modificação. Bem tratada, vestia-se com roupa nova, justa, deixando as formas trazerem ao marido as reminiscências de vinte e tantos anos. Recuperara a matrona os encantos da juventude, despertando o esposo para os feitiços que sobre ele exercera nos tempos do noivado e das primícias conjugais.

Copiosas lágrimas começaram a brotar dos sentimentos confusos que dominaram a psique de quem se supunha solteirão ou, mesmo, viúvo. Contudo, sem saber se poderia manter uma conversa lúcida com ela, Plínio quedou imobilizado por longo tempo. À medida que as pessoas foram chegando, teve de reaver o domínio sobre si mesmo, instado que foi a cumprimentar os amigos, até que Hortênsia acabou por descobri-lo naquela angústia.

Através de gestos, perguntou à cunhada se poderia aproximar-se. Recebeu como resposta um sorriso aberto que jamais poderia imaginar lhe fosse enviado pela prepotente figura. Além do sorriso, a mão acenava num “venha até aqui” irresistível.

Tímido, Plínio contornou os renques de cadeiras e foi sentar-se ao lado da esposa. Chegou estendendo a mão mas recebeu um abraço carinhoso, em que não faltaram sussurros do mais puro afeto:

— Querido, quanta saudade! Quanta saudade!

Ao que correspondia:

— Que bom que você está melhor! Graças a Deus! Jesus nos abençoou e os irmãos da espiritualidade atenderam as minhas preces.

Nos tempos da penúria do relacionamento, Margarida teria, com certeza, se saído com alguma observação em que entraria a figura do médico e a contribuição dos remédios. Agora, agarrando-se fortemente ao homem que lhe dera a aliança, repetia:

— Amém, Jesus! Amém, Jesus!...

Hortênsia espantava-se com a energia expandida pelas vibrações sentimentais do casal. Queria pensar em algo como saudade provocada pela necessidade de o homem tomar conta da casa. Mas não se atrevia a duvidar da verdadeira onda de tórrida paixão que faiscava daquele encontro físico. O máximo que conseguiu desaprovar foi o fato de tanto transbordamento se dar na presença de congregação reunida com finalidades espirituais. Não obstante, pôs a mão sobre os braços do Plínio, que se cruzavam nas costas de Margarida, como a apoiar a manifestação emocional.

Quando se afastaram para poderem olhar-se nos olhos, perceberam que as lágrimas embaciavam a visão e o outro parecia envolto por halo de misteriosa luz. Demorou para voltarem a si do deslumbramento que a redescoberta do companheirismo proporcionou.

Quando Hortênsia pretendeu dizer algo pertinente, intrometeu-se entre eles o Ariovaldo, cônscio de que o casal havia transposto a pior fase da crise conjugal. Com Ariovaldo, vieram Moacir e Silvinho, aplaudindo, sem alarido, o amplexo que haviam testemunhado com imensa alegria.

Sem esperar nenhuma palavra da irmã, Margarida virou-se para ela e lhe deu, desfeito em pranto, um abraço quase tão longo quanto o anterior. Enquanto isso, o marido era reconfortado pelos amigos.

Como se atrasara na compreensão da melhora da saúde mental da mulher, logo chegava a hora de se abrir a sessão. Convidado a assumir um lugar junto aos médiuns, Plínio cortesmente enjeitou, julgando-se perturbado para as atividades de intermediação entre os planos. Passou-lhe pela lembrança que deveria receber conselhos quanto às mensagens e aos nomes atribuídos aos autores, contudo, esse episódio sofreu ponderável redução quanto à importância e ao interesse.

De mãos dadas permaneceriam durante toda a reunião, ora o marido afagando-lhe a rugosa pele, ora premendo suavemente, como a indicar venturosas lembranças.; seja a mulher sentindo a rudeza da palma em apertão temeroso de recaída, seja recebendo no dorso a doçura de um beijo maravilhado.

É que, a certa altura, se ouviu, através da voz de um dos médiuns, a notícia de que estava presente um jovem que se iludia quanto à condição existencial, julgando-se vivo, confessando-se viciado e declarando que surrupiara os objetos da residência paterna para aquisição de drogas.

— Qual é o seu nome, meu filho?

— Ari.

Para o casal, o momento foi de grave expectativa, ficando cada qual suspenso pelas revelações que se fariam.; ela, quase indisposta pela desconfiança de que receberia sérias acusações.; ele, pela necessidade que previa de requerer aos beneméritos da espiritualidade que se atenuassem o mais possível as penas e sofrimentos do menino.

Vamos deslocar o foco narrativo para o plano espiritual e testemunhar como é que Ari foi conduzido a reconhecer-se em outra esfera.

Para ele, o ambiente continuava sendo o de uma sala ampla e limpa, com a cama em que estava deitado, duas cadeiras junto a ela, onde estavam os seus pais e um médico de pé, ao lado, com quem mantinha conversação.

— Você reconhece alguma pessoa presente?

— Reconheço, sim.

— Gostaria de dizer quem são?

— Meu pai e minha mãe.

— Quais são os nomes deles?

— Plínio e Margarida.

— Você está achando alguma mudança neles?

— Estão bem diferentes. Emagreceram muito e trazem no rosto as marcas de grandes sofrimentos.

— A que você atribui esses sofrimentos?

— Eu acho que estão assim porque meu pai perdeu o emprego e meus irmãos estão longe de casa.

— Será que eles não estão tristes por sua causa também?

— Certamente. Eu dei a eles motivo para ficarem com raiva de mim.

— Você acha que, só porque você vendeu alguns objetos que subtraiu de casa, iria provocar tanta dor?

— Não foi por isso. Foi porque comprei a droga e eles devem ter ficado sabendo, porque me trouxeram para este hospital e alguém deve ter falado que sou viciado.

— Não quer conversar com eles?

— Se for para me xingarem, é melhor não.

— E se você prometer que nunca mais vai cheirar cocaína ou fumar craque?

— Isso eu não posso prometer.

— Por que não?

— Porque eles iam saber que era mentira.

— Mas faz tanto tempo que você está longe das drogas...

— Você falou mas eu não acreditei. Agora, vendo os meus pais nesse estado, pode bem ser que já se passou um ano ou mais.

— Volto a perguntar: não quer falar com eles?

— Não vou prometer nada mas posso pedir que me desculpem os transtornos que causei.

— Que transtornos?

Nesta altura, Ari já não estava convicto de suas condições mentais. Tudo ao derredor começava a girar. Imediatamente, o protetor lhe pôs as mão sobre a cabeça, dando-lhe mais uns instantes de lucidez. Foi quando perguntou:

— Por que é que eles estão assim quietos? Por que não se aproximam e não dizem nada?

— Quer ouvir o que eles têm para dizer?

— Claro!

— Ouça a sua mãe.

Tal como no plano da realidade, a Margarida que o filho enxergava manteve-se no lugar. Entretanto, foi possível ao enfermo ouvir claramente:

— Querido, você está sendo muito bem tratado. Por que é que insiste em manter tanto rancor contra a gente?

Surpreendido com a censura, Ari declarou:

— Eu só posso agradecer a vocês dois o fato de me haverem posto no mundo. Não sinto nenhum ódio em meu coração.

Súbito, as figuras do pai e da mãe começaram a adquirir novos contornos, como se a transmutação oferecesse novas informações ao rapazelho.

— Que é que está acontecendo com eles?

— Estão revelando a você uma nova identidade.

— Mas são meus inimigos, aqueles que enfrentei e que me prometeram perdoar tudo o que eu fiz contra eles...

— E eles cumpriram. Você está lembrado do que eles lhe disseram?

— Falaram para confiar neles que iam me levar para a casa deles.

— E não levaram?

— Claro que não!

— Claro que sim! Basta que você saiba ver neles o seu pai e a sua mãe.

Ato contínuo, a vista de Ari se habituou com a aura dos dois ali sentados e pôde observar que se modelavam pelas figuras anteriores.

— Que poder é esse que eles têm?

— Eles não têm poder nenhum. Você é que está vendo-os como eram antigamente.

— Como é possível isso?

— Aqui onde você está, os espíritos são capazes de muitas coisas que as pessoas encarnadas não são.

Milhares de pensamentos ecoaram cérebro adentro da miseranda criatura. Havia recebido a informação de que estava morto, sem dúvida, mas de tal forma sutil que precisou de um bom tempo apalpando-se para desconfiar que vestia um envoltório corporal maleável, bastante diferente do que deixara para trás.

De repente, uma série de acontecimentos muito fortes perpassaram pela sua mente, como se estivesse sendo perseguido na escuridão. Voltavam certas lembranças tremendas de malfeitos antigos. Desejou fugir de onde estava, mas teve suficiente discernimento para saber que a mãe fizera uma pergunta fundamental. Realmente, estava sendo muito bem tratado, para não incentivar reações de ira, de ódio, de vingança.

Adormeceu sob o influxo das enérgicas vibrações que o bom amigo lhe propiciou e sob o cântico longínquo de vozes que entoavam uma prece de agradecimento ao Senhor.

Se tivesse podido perceber o que estava ocorrendo, veria uma forte concentração de fluidos benéficos sendo captados pelos espíritos das pessoas encarnadas com freqüência vibratória compatível com as necessidades do assistido. Se tivesse conhecimentos superiores, saberia, também, que a aparelhagem de que se utilizavam tinha a função de filtrar as emanações energéticas de caráter puramente espiritual, destinando boa parte para a manutenção do estado letárgico da entidade atendida e o restante para a reposição dos elementos fluídicos despendidos pelo médium que transmitira aos mortais as informações que lhe foram possíveis captar do plano da espiritualidade.

Evidentemente, o longo diálogo entre Ari e seu protetor não se projetou no seio da comunidade espírita. O que Plínio e os demais puderam saber foi que o filho fora conduzido à reunião, que chegara rebelde mas contido por forças desconhecidas, que tomou conhecimento de sérios problemas de relacionamento com certos obsessores, havendo o dirigente da sessão sugerido que Ari é quem era o agressor, que percebeu a presença dos pais, a quem pediu perdão, que o tratamento dos vícios, mesmo no etéreo, seria demorado e que, finalmente, aceitou o fato de estar noutra morada do Senhor, respeitando a autoridade do benemérito guia.

Margarida permaneceu extasiada. A demonstração de que Ari comparecera e pedira perdão, aliviando-a de terrível carga de culpa, tinha sido por demais evidente para não crer em que tudo se passara exatamente como fora referido pela conversa entre a entidade incorporada e o doutrinador.

Ao se acenderem as luzes mais fortes, viram o casal absolutamente consolado: Plínio com o braço à volta dos ombros da esposa.; esta com a cabeça repousada no peito dele.

Hortênsia, coitada, pairava nas nuvens, não tendo sequer recursos para opor à manifestação mediúnica.

Entretanto, Ariovaldo tinha novidades:

— Irmãos, hoje tivemos o testemunho inegável de que os bons espíritos estão atendendo nesta casa, providenciando para que as pessoas saiam daqui esperançosas quanto a realizar um futuro proveitoso para suas encarnações de dor e de expiação. Na última reunião de que o nosso Plínio participou, recebeu aquela mensagem da entidade que se denominou de “Evaristo”. Colocamos cópia no quadro do corredor e, pasmem, recebemos não menos de três pessoas com parentes falecidos cujo nome era justamente aquele. Sendo assim, antes de concluirmos se, efetivamente, a comunicação se deu com integral verossimilhança, vai ser preciso, se assim vocês julgarem oportuno, averiguar quem está faltando com a verdade, porque, dificilmente, um nome tão esquisito quanto “Evaristo” tenha tanta divulgação. O que é estranho é que as três pessoas afirmaram que os seus parentes eram professores e gostavam quando eram chamados pelo título de “mestre”. Em todo caso, se não acharem importante pesquisar a respeito, ao menos essas três famílias terão sobre o que meditar.

À vista do silêncio geral, acrescentou:

— Alguém quer tentar resumir suas conclusões a respeito do nome venerável de “João, o Evangelista”?

Aquele mesmo companheiro que se opusera quanto ao teor do texto, voltou a se manifestar:

— Mantenho o que disse outro dia, ou seja, que o conteúdo é de somenos importância, o que me leva a inferir que o nome venerável do apóstolo talvez tenha sido dado por alguma entidade com a intenção de fazer respeitada a mensagem. E parece que conseguiu em parte, porque muitos de nós ficaram impressionados com a possibilidade de tão insigne visitante. Contra essas incursões pela ingenuidade dos espíritas neófitos, Kardec escreveu candentes páginas de advertência. Querem que eu leia algumas?

Era evidente que o moço estava preparado com cerrada argumentação, de modo que Ariovaldo, após consultar com os olhos e com as mãos os demais, respondeu:

— Não vai ser preciso. Basta que você comente a respeito da necessidade ou não de algum médium prosseguir o trabalho do nosso esplêndido Chico.

— Certamente, caberá aos espíritos que sempre cuidaram de afastar do nosso grande médium os perversos desejosos de induzi-lo à obsessão, porque não existe criatura mais bondosa e serviçal que o Chico Xavier, a quem rendo as minhas homenagens do fundo do coração, como dizia, caberá àqueles espíritos, “Emmanuel” à frente, avaliar se não ditaram já todas as suas páginas de muito amor, de muito conhecimento, de muita sabedoria, de muita beleza, dentro da doutrina que mantiveram sob ponto de vista bastante próximo da perspectiva kardeciana...

Ariovaldo pressentiu um longo discurso, o que achava absolutamente fora de propósito. Além do mais, não atribuía ao comentarista a cultura sobre que estava pretendendo basear os pensamentos. Por isso, interrompeu o amigo:

— Vejo que você se preocupou deveras com os problemas despertados pelos curtos textos do Plínio. Não gostaria de desenvolver essa tese, que me parece valiosa, para uma palestra? Se continuar expondo as suas idéias, daqui a pouco aparecerá algum ponto polêmico que ensejará discussão e estamos além das vinte e duas horas. Você me perdoa se lhe pedir para fazer a prece de agradecimento e encerramento?

O outro, serenamente, como um vencedor grego dos jogos olímpicos, aceitou os louros do reconhecimento do mérito, com humildade, intimamente estimulado para enfrentar um público maior, começando a projetar um roteiro mais completo, e recitou, solícito, a oração final.

Plínio, que se constituíra no centro das questões, não deu atenção a nada do que se dissera, entretido com a inquietação que se avolumava no âmago de sua alma:

“Margarida está curada. Mas terá cabeça para suportar a notícia do desaparecimento do Ovidinho? Preciso dar um jeito de ficar sozinho mais uns dias, até que possa dar-lhe uma certeza. Será que Hortênsia está preparada para levá-la de volta? E como é que vou contar-lhe o que se passou no instituto correcional?”

Estavam saindo, depois de receberem efusivos abraços e respeitosos cumprimentos dos que presenciaram a honra que haviam obtido dos amigos da espiritualidade, quando Margarida informou:

— Vou ao banheiro.

Foi assim que Hortênsia foi comunicada de que havia mais um drama tremendo a ser superado. Concordou, é claro, com os temores do cunhado e admitiu conduzir a irmã de volta. Mas ponderou:

— Como é que vamos fazer para convencê-la?

Nesse momento, João, que ficara fora com a desculpa de que deveria vigiar o automóvel, aproximou-se. Plínio, que não o havia visto antes, logo o incluiu no projeto:

— Vocês nos levam e eu mostro como foi que deixei depenado o quarto. Prometo comprar uma cama de casal...

Nessa altura, Margarida retornou, declarando:

— Hoje vou reassumir a minha condição de dona da casa. Amanhã, a gente vai visitar o Ovidinho e depois vamos tentar encontrar o Cleto.

A viagem de automóvel era curta e foi toda ocupada com a descrição da presença de Ari por Hortênsia ao marido. Os termos técnicos eram fornecidos por Plínio, enquanto Margarida permaneceu a enxugar silenciosas lágrimas de renovada fé em que o espírito de Ari estava resguardado das trevas e dos sofrimentos mais pungentes. Quando buscava imaginar quais seriam os tratamentos a serem ministrados ao rapaz, chegaram.

O pequeno jardim já não existia, porque Plínio havia cimentado o canteiro. A garagem estava vazia. Plínio acendeu a luz de fora, abriu a porta e deu com um papel dobrado no chão, sem destinatário e sem remetente. Acesa a luz da sala, enquanto Margarida constatava que não havia quadros, relógio, televisão, mesa, cadeiras, tapete e cortinado, Plínio dedicou-se à leitura da única linha do bilhete:

O Ovidinho está com o Cleto. Eles estão bem.

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