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cronicas-->UMA LEMBRANÇA TÃO FELIZ ASSIM! -- 19/07/2003 - 16:24 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Eu era um pouco mais que uma menina quando o conheci e me encantei com ele.
Apesar dos olhos verdes encantadores que ele possuía eu não o queria como namorado.
Eu poderia ter me apaixonado por aqueles olhos, mas não aconteceu.
Sempre soube que seríamos somente amigos, grandes amigos.
Conversávamos, como conversávamos!
Estou me lembrando de uma árvore da praça. Sob ela ficávamos nos falando.
Olhos nos olhos.
Quanto dialogamos!
Ele me perguntava coisas tão profundas e sei que minhas respostas eram igualmente profundas.
Não sentíamos atração física um pelo outro. Era uma atração espiritual.
No pátio do colégio existia um tronco. Bem no meio do pátio. Cortaram a pobre árvore e deixaram lá o tronco. A lembrança me volta agora. Não sei porque razão consigo ver um garoto tão espigado; de pé, ao lado deste tronco, com um dos pés apoiado nele.
Eu, ao seu lado, com minha roupa de colegial; uma saia azul marinho toda pregueada e uma blusinha branca.
Consigo ver meus cabelos, o corpo miúdo e as minhas mãos segurando os cadernos. Uma bolsa a tiracolo.
Eu o olhando, erguendo os olhos. Era tão mais alto que eu.
Mente quem diz que um homem e uma mulher não podem ter uma amizade desinteressada, porque a nossa foi.
Apesar dos milhões de hormónios estou certa que ele não me enxergava como uma mulher, nem eu a ele como um homem.
E olha que vivíamos grudados!
Certa vez até senti uma certa atração por seu irmão mais velho e ele me incentivava.
Acabou não dando em nada porque adoeci pouco depois e me afastei do "mundo" por um bom tempo.
Quando me recuperei soube que eles haviam se mudado de cidade e nunca mais nos vimos.
Mas ficou a saudade de alguém tão especial.
Divertido, cínico, moleque. Mas eu, que o conhecia mais a fundo, sabia do ser lindo que morava em seu interior.
Onde andará, o que foi feito dele?
Há horas em que me pergunto o porquê de encontrarmos pelo nosso caminho pessoas que nos marcam de tal forma que se fazem inesquecíveis. Mas algo as arrasta para longe de nossas vidas.
E no coração estão sempre presentes.
Desse meu amigo eu guardo o riso, os olhos e as palavras. Tantas.
Guardo momentos em que estivemos nos falando e rindo juntos.
Não acredito que um dia possamos nos reencontrar. Isto está fora de cogitação. Faz parte de um longínquo passado.
Mas é uma lembrança tão feliz a que guardo carinhosamente em meu peito.
E guardá-la já basta.





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