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Cartas-->"Carta de um órfão iraquiano para George Bush" -- 21/04/2003 - 00:31 (Tobby Teófilo Teobaldo Túlio Tyler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bagdá, 16 de abril de 2002.

Sr. Presidente Americano,

sou um garoto de doze anos. Nasci em Nasiriyah, cidade que fica ao sudoeste do Iraque. Estou escrevendo com a ajuda de um vizinho, que entende um pouco a sua língua, para perguntar se o senhor sabe realmente por onde anda minha mãe, meu pai e meus três irmãos menores. Desde ontem os procuro sem sucesso. Coinscidência ou não, eles desapareceram depois que os aviões do senhor despejaram um monte de bombas na minha cidade. Por sorte, eu tinha ido passar o final de semana na casa de um primo meu. A casa dele apenas rachou um pouco, não chegando a desabar.

Entretanto, a minha casa, senhor presidente, não teve a mesma sorte. Olha, lá só tinha gente do bem, viu? É certo que meu pai de vez em quando fazia umas bobagens, se excedendo um pouco no álcool e criando pequenas confusões; e meus irmãos, principalmente o menor com três anos de idade, choravam bastante à noite, atrapalhando um pouco o sono dos nossos vizinhos, embora ultimamente ninguém por aqui tenha conseguido dormir direito mesmo.

Apesar disso, seu presidente americano, acho que o senhor foi um pouco longe demais. Tá bom que meu presidente não era lá grande coisa. Mas eu juro que minha família não tinha nada haver com a dele, nem concordava com o que ele fazia de errado por aqui. Por isso, seu presidente, eu lhe peço encarecidamente: devolva-me minha família.

Disseram-me que a minha casa desabou em cima dos meus pais e irmãos. Porém, eu não acredito nessa história. Quer saber mesmo o que eu acho? Bem, eu acho mesmo é que o senhor deve ser aquele homem do filme que tem capa, veste roupa azul e vermelha, usa um pega rapaz na testa e voa à velocidade da luz atrás dos bandidos para prendê-los e das pessoas do bem para protegê-las.

Sendo assim, como Sadam é do mal, o senhor deve ter levado ele para um prisão à prova de fuga, enquanto o meu pai, minha mãe e meus irmãozinhos o senhor deve ter levado para um lugar seguro, onde não possam ser atingidos por estas malditas bombas.

Portanto, Sr. Presidente, agora que a guerra acabou, o senhor pode devolver a minha família e, se der, refazer a nossa velha casa. Aguardo ansiosamente o retorno dessas pessoas, porque elas são as coisas mais preciosas que tenho nessa vida. Aproveito para pedir também pela família de alguns amiguinhos meus que estão no hospital daqui cuidando de seus ferimentos. Dessculpa os erros de inglês do meu vizinho. Ele era o único aqui a saber um pouco da sua complicada fala.

Sem mais para o momento,

Yodat.
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