MEU TRAVESSEIRO
Meu travesseiro, afável confidente,
comigo está em a noite mais marcante.;
nos surtos em que o gozo é mais crescente,
nas fases em que o sonho é inda minguante.
Inúbil, sem parceira condizente,
soçobra em imensa cama deslumbrante,
comigo nas cobertas padecente
do amor fogoso em que me farto – amante.
Um travesseiro, avesso à liturgia
que recomenda a ginecologia,
lascivo, sem pudor, libidinoso.
É o meu comparte em licenciosidade,
consorte no aconchego e na saudade,
nos sonhos, nas visões, no amor gostoso.
|