CARNAVAL
Helena Raposo Carneiro da Cunha*
As solitárias praças da cidade
Parecem hoje mais casas de louco!
Passam em bando, em desigualdade,
Jovens cantando com seus gritos roucos.
Meu carnaval é todo de saudade
Do tempo ido que passou aos poucos...
Por essa dor é que a fatalidade
Me faz p’ras festas ter ouvidos moucos.
Enquanto Momo dança lá na rua,
Aqui, sozinha, eu fito a bela lua,
Branca-amarela, feita de cristal!
E, suportando a dor que me rodeia,
Contemplo triste a linda Lua Cheia!
A companheira do meu carnaval!
(*)poeta paraibana, faixa etária da terceira idade. Presidente da Academia Paraibana de Poesia há várias décadas. Presidente de honra.
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