DESASTRE DO MAR
Ó grandioso mar!
Repousas no teu leito!
Permaneças no lugar!
Para tal foi feito.
Obra bela da natureza,
Mundo de muitos segredos,
De ti nada tenho certeza,
Portanto, me causas medo.
Nos teus dias de calma,
Sopras brisas refrescantes,
Que chegam à minha alma,
Como ótimo tranqüilizante.
Tuas ondas a sussurrar,
Parecem, até me falar,
Vindas do alto mar,
A areia da praia, beijar.
Quando ficas revoltoso,
Minha alma fica triste,
Torna-se todo poderoso,
Para ti nada existe.
Ó mar o que aconteceu,
Para tão revoltoso ficar?
Será que alguém entendeu,
Teu propósito de matar?
Vidas bruscamente ceifadas,
Intensas dores sentidas,
De lágrimas, a terá molhada,
Corpos espalhados sem vidas.
Tanto sangue derramado,
Tantos gritos e gemidos,
Não podem ser recuperados,
Com dinheiro e comprimidos.
Toda reconstrução feita,
Tirada daquele pedaço,
É construção imperfeita,
Fecha somente os buracos.
O visual pode ajudar,
O interno desorganizado,
Precisa-se nesse atuar,
Para amenizar o magoado.
Só o amor da humanidade,
Reconstroem os corações,
Eliminam enfermidades,
Provindas das emoções.
Se a natureza tem sapiência,
Por que tanta destruição?
Na minha pobre inteligência,
Não posso entender a razão!
Estou, portanto, aquém,
Para aprender a lição?
Ou sou desertor do bem,
Marginal da evolução?
Como se pode exterminar,
Tudo aquilo que se amou?
Será que alguém pode errar,
Acabando o que criou?
Nesses momentos angustiantes,
Recolho-me em introspecção,
Sei que somos errantes,
Neste mundo de expiação.
Vejo aí,nada é mal feito,
No mundo da evolução,
Tudo é muito bem feito,
Tudo tem sua razão.
Ó Deus peço-Te perdão!
Pela humana ignorância
Estou preso a esse chão,
Pela falta de relevância.
João C. de Vasconcelos
|