Tecendo minha teia de gosma branca,
Aguardo cá, furtivo a débil mosca.;
Aracne inspira-me: a musa espanca
As flores do mal numa magia tosca.
Reinvento os rumos da cidade,
Ondeio arranha-céus qual u’a floresta,
Busco o fato e a foto da maldade,
Minha metade homem: minha aresta!
Meus inimigos ousam o confronto.;
Venon, feroz, sua própria pele arranca,
Joga-me negra névoa a me pôr tonto...
O Duende Verde inflama raio em cor fosca,
Mas suturam meus fios e a dor estanca,
E a seda envolve o vil, qual fosse u a rosca!
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