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Contos-->O Olhar e a Sala III.......Outono -- 27/09/2002 - 00:40 (Marli Franco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olhar e a Sala IV

O outono se apresenta rondando a primavera,os dias vão morosamente voando ao encontro das flores.
A sala anda esquecida, sem visitas apenas o silencio companheiro do cotidiano.
Tem uma caneta que foi esquecida , e o papel ainda tem letras voando nas linhas.
Do vaso vem o perfume de gerânios como se tivessem sido colhidos neste exato momento.
A cortina esta sempre na espera ansiosa do olhar que proporciona seus encontros felizes com o rei sol que aquece seus sonhos.
A sala nesta fase se embriaga de fantasia,o jardim lá fora já desponta as violetas, madresilvas,rosas e margaridas.
As borboletas fazem a dança anunciando que logo chega a sua estação.
O olhar desta vez foi intempestivo,nem parou na mesa que enciumada viu bem sua direção para arca.
A cortina deu seu agito,mas o olhar fez da sala apenas uma passagem.Seu mundo interior perdeu o canal das letras no meio da sobrecarga.
O refugio da sala ficou aprisionado na realidade da lógica. O real veio como uma enxurrada lamacenta manchando todo sonho.Tragando a ilusão , impondo seus pontos desconexos , que aterrorizam a delicadeza das verdes íris.As lembranças estão no ar pedindo pelos versos, mas a caneta esta jogada amedrontada,tem medo das correntes rimadas e das fitas da métrica que sem licença amordaçam suas estrofes.
O abstrato teve só um segundo do tempo para voar. Pousar no recanto escolhido , sair fugindo antes que perdesse as forças e fechasse a porta para voar nas linhas da poesia ...





O olhar esgueira na sala
Silencioso no fundo da alma
O toque delicado soa no assoalho
A mesa enciumada nota a presença.

Sem o sorriso fecha a cortina
Nem fresta da janela permite
Para revolta do vento e do sol
Que se unem na busca da amada.

O dia de hoje a metade já alcançou
É tempo de abrir as gavetas da arca
Que isolada na sala se faz de soberana
Revela os mistérios do senhor do tempo.

Sem pressa alisa o puxador
Abre paulatinamente escutando o rangido do tempo
Encontra fitas, fotos e papeis descansando
Cúmplices do tempo usado e amarelado.

As mãos tremulas tocam timidamente
Percorre o espaço das gavetas sem pressa
A nostalgia embarga o pensamento
A cortina se mexe pedindo ar.

Na tormenta das lembranças
Deixa o olhar as gavetas
Abre as janelas para o sol e o vento
Sai apressado fechando a porta do esquecimento.
Penélope*M*
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