Perscrutei às trevas,
Tangenciei o mau,
Vivenciei que é real.
Força arquetípica,
Densa e primordial
No cosmos universal.
Ponto cristalizado
Rebeldia primeva
Um não pleno fluir
No divino amor.
Não a escuridão,
Contraponto da luz,
Pequena treva terrena
Que um raio ilumina.
Mas algo abissal
Profundo e total,
Silencioso, a espreita,
Uma porta para o caos.
Em doce engodo
Vivemos, esquecidos
Do cosmos primordial.
Um véu nos tolda a visão
De uma realidade
De luz e treva total.
Pequeno microcosmo
inserido no macro,
Me vi perguntando
Se me contaminara.
Percebi que temos
Com o bem e o mau
Sintonia interna
Possibilidade total.
Um certo mal estar
O vivenciar que o homem
Comunga visceralmente
com o bem e o mau.
Consolo tardio,
Uma voz me dizia,
Se tivesses entrado
Em trevas tão densas
Perdido estarias
Neste buraco negro.
A vida é magia,
Alimentar, amar,
Com a fala criar
Tanto encanto.
Um sorriso é magia,
O cantar pleno encanto,
Uma história abre dimensões!
Fantásticas ? Reais ?
Senhor de dois mundos,
Pode o homem alcançar,
Denso, pesado, e físico,
No espiritual pairar ?
Que se permita lembrar,
Que uma chispa de luz,
Doação de divino amor,
Está pronta no interno
Para as trevas afastar,
E ao pai nos fazer retornar.
No eterno combate
Entre o bem e o mau
Não dá para ficar alheio
Nele somos guerreiros.
Vislumbrar luz e trevas,
Relembrar, é uma arma
Que nos mostra, qual lado,
Desde o início escolhemos.
Por piegas, que possa parecer,
Nossa única missão é amor irradiar,
E de frente, até o mau,
Poder firme nos olhos fitar.
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