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Poesias-->Com o renascer do sol -- 08/01/2005 - 15:59 (Ernane Calado de Souza Melo) |
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Não me responsabilizo
Pelo que estou a escrever
As palavras estão fluindo
Como se tivessem
O próprio querer
Formando frases
Formando versos
Expondo conceitos
Que não são meus
Necessariamente
Mas poderiam ser
Lavo minhas mãos
Para me eximir de culpa
E retirar qualquer sujeira
Que possa contaminar
O resultado final
Minha vida não pode contar
Minha vontade não conta
A minha experiência também
Somente as idéias
Sem origem conhecida
Das quais me torno refém
Amanhã será um dia
Como outro qualquer
Não importa se dezembro
Janeiro, ano velho
Ou ano novo
O sol nascerá no horizonte
Despertando a Natureza
Como todos os dias
Haverá trabalho, discussões
Brigas, guerras, disputas
Risos, choros, alegrias
Lamentos, promessas
Esperanças, tristezas
Ao longo de todo o dia
Passará a tarde
Chegará a noite
Com seus mistérios
Haverá oração
Recolhimento
Haverá confissão
Arrependimento
Com seus amantes
Seus boêmios
Seus cantores
Haverá pecados
Haverá amores
Livres, soltos, libertos
Com pudores, sem pudores
Contritos, totais, abertos
Com a madrugada
Virá o silêncio
Reparador
Descompromissado
Resgatando sobras
Reconstruindo o que puder
Para um novo dia
Que irá surgir
Como outro qualquer
Com o sol a renascer
Haverá chuva, terremoto
Colheita, inundações
Haverá fome, fartura
Ajuda, explorações
Pobres e ricos sempre haverá
Haverá os que lutam
Os que constroem
Haverá os acomodados
Os que destroem
O reino dos céus de todos será
Que tiverem o merecimento
Sejam ricos, sejam pobres
Brancos, negros, amarelos
O sol para todos brilhará
Alguns não irão sentir
A luz que vem do alto
A iluminar e aquecer
Sendo bússola e farol
E viver na escuridão
Da longa noite fria
Sem nunca perceber
Que de toda hibernação
Sempre surgirá o dia
Um dia como outro qualquer
Com o renascer do sol |
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