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Contos-->Travessuras de um Rei -- 18/03/2004 - 11:34 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
D.Wilse vinha voltando da única torneira da vila com aquele vestido azul claro, com flores branquinhas, carregando um balde de água, quando D. Carmita lhe interceptou:
-D.Wilse!D.Wilse tome esses docinhos do aniversário de Odete!
Agradecida, ela colocou-os no bolso e seguiu para a última casa da vila.Ao chegar em casa colocou o balde sobre o girau, arrumando os pratos,que esperavam para serem lavados, tirou do bolso os doces envolvidos num gaurdanapo de papel branco.E em seguida disse ao seu netinho: - Meu filho eis aqui um brigadeiro, que comadre Carmita me deu do aniversário de ontem de sua sobrinha.
Havia pouco mais que cinco brigadeiros,e foram depositados numa xícara de vidro sobressaidas de bolinhas, que ela colocará no alto, numa especie de capa plástica de garrafão de vinho, que estava cheia de jornal usado, após tirar também o seu.
Seduzido e inconformado, pelo sabor do doce, qual para criança é sempre pouco, qualquer quantidade.
Albertinho puxou-lhe o vestido pedindo mais docinhos, enquanto D.Wilse lavava os pratos da noite passada e as louças do café.
Ela olhou-o e disse que o menino contentasse, pois ainda tinha o seu avô, sua mãe e seus tios.Mas como crinaça é sempre persuasiva, inssistiu um pouco e ganhou, só mais um, enquanto ela saia de novo para buscar água.
Nesse breve intervalo, o menino maquinou e puxou o murcho subindo a vasculhar com os seus dedinhos aquela capa plástica, até encontrar o coração aliviado e os doces escondidos.
Vez por outra, quando a D.Wilse saia para buscar água, ele prontamente subia e de lá retirava o néctar do pecado.E foi até que as suas mãozinhas nada encontraram.
Sem ter muita certeza de que tudo consumira ficou inquieto, mesmo por que a culpa começou-lhe a atormentar a cabeça.
Ao meio-dia, quando toda a família estava reunida para o almoço chegou o sobrinho da D.Glória,sua tia e tia de Luis, que vinha do estudio de gravação da Marajoara, pois tinha feito um teste para ser cantor.E que alí pedia uma vaga na mesa.
Bem vinda como sempre qualquer pessoa conhecida.Ele agradeceu e assentou-se a direita do Avô de Albertinho.
Todos falaram, gesticularam,riram, mas Albertinho permanecia calado, já que naquela época, criança não falava na mesa.
Após o almoço,D.Wilse falou: - Ah Maria,tem uns brigadeiros, que a comadre Carmita mandou, do aniversário da Odete, que vocês não puderam ir.
-Ah mãe dá para tirar o gosto!Onde estão?Mãe o Albertinho já comeu?
- Filha!Estão naquela capa plástica.A proposito, só faltam vocês, ele comeu até o meu!
Enquanto D.Wilse saia para pegar água,os rapazes conversavam na sala, Albertinho se dirigia calmamente ao quarto se sentindo culpado e esperando a sua hora, e Maria procurava sem sucesso no local indicado.
Quando a D.Wilse chegou com a água, Maria perguntou:
-Mãe onde foi que a senhora colocou esse doces, que eu já porcurei e nada encontrei.E mostrou sobre a mesa a capa plástica toda revirada, com a xícara vazia.
Disse D.Wilse:Então alguém comeu, pois tudo estava ai!
Todos consultados, menos um.
D.Maria das Graças chamou o seu filhinho e disse:
-Albertinho! aquela voz estridente, que penetra na alma e gela a espinha fazia o convite ao arrependimento.
Atencioso saia do quarto Albertinho, com o seu olhar baixo a denunciar algo errado.
-Sem mentir!Diga quem comeu todos os docinhos, pois todos que estão aqui não foram, então só resta você.O que tem a dizer?
Sob um silêncio sereno, os olhos voltaram-se para o menino, que já lagrimando disse o ocorrido.
A sentença foi lançada imediatamente.
Menino levado!Já falei para você me obedecer! E mesmo confessando você vai apanhar uma dúzia de bolos para nunca mais voltar a fazer tal coisa.
Houveram alguns protestos do Avô, dos tios e até da visita,que foram caladas,quando a fada madrinha, nome dado a palmatória desceu sem dó nas mãos do menino.
As lágrimas vieram com mais gosto, juntamente com uns gritos e o arrependimento, que guardaram na memória por todos esses anos, essa lembrança de ouro.

OBS: Homenagem póstuma a minha avó e avô.
Homenagem a minha querida mãe Maria da Graça Amoêdo e por essa lembrança de ouro, que o tempo em vida nuca trara de volta, mas em pensamentos vai e estamos de na porta.

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