Pela sua harpa de ouro,
fruiam notas de realejo,
caíam vagas de pelouro,
fartas gotas de ensejo.
Melodia sibilosa e juvenil,
filosofia em tom anil,
aprazeiravam meu devaneio,
punham meu coração cheio!
Que me dizes tu, musa linda?
Fazes-me recordar Platão
sensualidade de Cabinda
com sabor a canela e manjericão...
Revolves-me a alma golpeada...
Pronta a renascer pelas tuas notas.
Devolves-me a vida aterrada:
Flores sem fruto em mim brotas...
Ó que sorte a minha de te ouvir
em linhos de pureza e alvor
vulcões divinais penso sentir
e tudo o mais é amor...
Como filósofo perdido,
rendo-me a esse som aturdido,
venero-te pela mestria angelical.
Gnomos, fadas,coração partido,
rendo-me ao teu som filosofal,
porque do sonho se constrói
a casa do ser feliz, instante...
que o teu som doce destrói,
quando se trata de erva errante.
Elvira:) |