Eu sou a treva do teu dormitar,
o azul da tua voracidade,
a ave diáfana a cantar
na Primavera da idade...
Eu sou o pensamento feito carne,
o verde do campo mimoso,
o segredar do rio ruidoso,
a metade de um que somos
nós.
Sou a tua sombra,já doente,
apagada pela tua maldade
atroz!
Sou aquela que ferozmente
repudiaste,
aquela que sadicamente
castigaste,
de forma letal,
em tempo de Natal!
Tudo isto, por te conhecer,
por fora e por dentro,
tudo isto, por saber
que amas sem amar,
que queres sem querer,
que vives a separar
o nosso puro viver!
Alma demente,
faz em ti morrer
o que está doente!
Depois, faz renascer
a tua criança inocente!
Elvira:) |