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Artigos-->OS PERIGOS DA INGENUIDADE! -- 26/07/2002 - 21:28 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS PERIGOS DA INGENUIDADE!

J.B.Xavier





Uma das queixas que tenho notado sempre presentes nas pessoas que assistem às minhas palestras, é sobre a discrepância gritante que existe entre os pais e os filhos, no tocante aos aspectos do acesso à informação..



À primeira vista, esta parece ser uma questão menor, e mesmo ingênua, que não merece muita atenção. Entretanto, é nas pedras pequenas que damos as maiores topadas, porque as grandes são fáceis de ver e evitar!



Mas, o que à primeira vista parece ser uma pequena preocupação doméstica, é apenas o reflexo reverberado de um fenômeno muito maior em abrangência e peso.



Os mais atentos, que se dispuserem a analisar mais profundamente a questão, verão que ela não afeta apenas os pais, causando sérias cisões entre eles e seus filhos; afeta também os professores, que, tendo seu tempo tomado pelo trabalho, não conseguem acompanhar o ritmo da dinâmica do desenvolvimento e vão ficando desatualizados. Afeta ainda as estruturas burocráticas dos segmentos mais conservadores da sociedade, fazendo com que elas emperrem toda a máquina administrativa.



Uma burocracia escorreita e enxuta é fundamental na era da informação. Sem isso, toda a mecânica delicada que envolve o funcionamento de uma sociedade se desestabiliza e pode compromete-la seriamente e até mesmo inviabilizá-la.



Se prestarmos atenção, veremos que quase todos os conflitos internos que assolam as nações - e muitas vezes as destroem - como guerras civis, greves, descontentamentos generalizados etc., têm origem na falta de sintonia existente entre as expectativas dos cidadãos e as respostas a essas expectativas fornecidas pela máquina burocrática.



Essa falta de sintonia é muito maior nos países subdesenvolvidos, onde a corrupção encontra terreno fértil, adubada exatamente pelo controle do acesso à informação.



Geralmente, países nesse estágio de desenvolvimento, são nações onde bolsões de atraso e pobreza extrema convivem com regiões muito avançadas e elevado nível de qualidade de vida, o que potencializa o perigo de convulsões sociais. O Brasil, a China e a Índia são exemplos típicos.



Nesses países, as oligarquias e os grupos que assumem o poder, têm como prioridade o controle sobre todo e qualquer tipo de mídia.



É exatamente esse controle que a internet começa, agora, a tomar das mãos dessas oligarquias. Ao fazê-lo, gera desequilíbrios entre as forças que mantém coesas as sociedades, sejam elas políticas, econômicas ou sociais.



Na eterna luta pelo poder, as sociedades do terceiro milênio não são, em essência, muito diferentes das sociedades medievais. Mudaram os vassalos e os suseranos, mudaram também as ferramentas de manutenção do poder, mas as motivações e os métodos continuam os mesmos: impedir, a qualquer custo, o acesso da massa à informação.



Quando, entretanto, o dique da ignorância é rompido, ou quando, pelo menos, ele apresenta trincas, o conhecimento flui por essas frestas para a sociedade em geral e a faz receber o frescor de novas descobertas.



Essas descobertas, não raro, trazem em si as ferramentas para a ação, representadas pela elevação do nível de consciência do “aqui e agora”. É esse nível crescente de consciência que, faz com que esses novos segmentos sociais se movam como placas tectônicas. Assim, atritando-se com as arcaicas arquiteturas sociais feudais, vão causar, finalmente, os terremotos sociais que os noticiários não cansam de expor.



Como, nos países pobres, esses noticiários pertencem quase todos, como já vimos, ao “suseranato” dominante, estes, obviamente, sujeitam aos seus interesses o que divulgam, e o fazem alterando também a intensidade e mesmo a ênfase sobre os fatos.



Diante dessa realidade, é fácil compreender porque a caminhada em direção ao acesso à informação é tão demorada e dolorosa, manifestando-se apenas como uma queixa ingênua de alguns pais preocupados com as diferenças de abordagens da realidade entre eles e seus filhos.



Para os olhos atentos, no entanto, essas manifestações trazem em si componentes potencialmente explosivos, que, se não detectadas a tempo, podem desestabilizar e mesmo implodir toda a sociedade.



É só olhar para o resto do mundo. Exemplos estão por toda a parte!



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