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Teses_Monologos-->Uma descoberta científica reveladora -- 05/01/2003 - 23:24 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com base num minucioso estudo comparativo, vejo-me bem próximo de uma tão inesperada quanto auspiciosa conclusão científica: o porteiro aqui do prédio seria um dos nossos autores/leitores, mais precisamente, um membro dessa inquieta confraria adepta do anonimato, esse nosso mato sem cachorro, amoitado sob ainda não sei qual pseudônimo ou codinome.

Primeiramente, gostaria que conferissem a frase ontem afixada à porta de um dos elevadores, e que, por um átimo de segundo, me presenteou com a doce ilusão à toa de achar-me confortavelmente instalado diante da tela do computador, em mais uma deliciosa visita ao nosso mui nobre e dileto quadro de avisos . Ei-la, para que leiam-na:

"Alevadô quo defeto".

O leitor não ficaria igualmente encafifado, com a pulga atrás da orelha mesmo? No caso, a identificação de seu autor era direta, só poderia ter sido o porteiro da noite. Nem seria necessário dizer que o bom homem não teve as mesmas oportunidades que todos nós, bravos autores/leitores do site. Em sua época, ainda não se sonhava com aprovação automática e progressiva, cotas especiais, essas novidades democráticas que tanto vêm aprimorando o nosso sistema de ensino. De ensino, bem entendido, diria um indignado, não de aprendizagem. Mas esse já é pano para tantas outras mangas, não é mesmo?

Suponho que, como eu, o leitor terá entendido a mensagem, o conteúdo. Se não for exigente, dirá que tudo bem, importa, no caso, não abrir aquela porta. Eu mesmo, é claro, fi-lo, ou melhor, não fi-lo, dirigi-me incontinenti à outra, a do outro elevador, que, supunha, não me ofereceria qualquer problema na longa viagem do térreo ao segundo andar.

Mas não deixei de meditar que, de qualquer modo, num site literário de renome como é o usina, um dos melhores do gênero em todo o país, com milhares e milhares de leitores ávidos e seletos, com tantos e tantos textos publicados, a frase imediatamente viraria alvo de chacotas (ah, os engraçadinhos, os sacanas escarnecedores impiedosos!), ou, pior ainda, despertaria a fúria indignada dos puristas e dos professores de português e literatura, em santa cruzada em defesa dos bons usos vernaculares e dos cultivados hábitos estilísticos usinais, da literatura de boa cepa, etc.

Ouço já os ecos estarrecedores de mais uma celeuma, com uso farto de links, negritos, itálicos, com o estonteante passa-passa das letras coloridas à moda do Porto, esses verdadeiros quadros pintados com palavras, com a azáfama das pararacas chamadas capciosas, que nunca, jamais haverão de se poder dizer de cooper feito, porque dotadas de irritante semovência.

Alguém já observou, com muita propriedade e espírito, é preciso que se diga, que essas celeumas são todas iguais: "Cê lê uma, leu todas!"

Desembarcando do elevador, o que não apresentava defeito, corri até a porta do apartamento, abri-a esbaforido, fui direto ao computador e, célere (o meu processador, coincidentemente, é céleron) adentrei o usina e escolhi um corpus significativo de textos com as mesmas características estilísticas, ou mesmo, os que apresentassem um que outro estilema apenas, mas igualmente denunciador, dando início a um estudo que pode nos levar, ao fim e ao cabo, à localização de um dos nossos milhares e milhares de diligentes utentes anônimos.

O objetivo, como convém a toda ciência isenta e pautada por ideais de nobreza, é iluminista, qual seja, ajudá-lo a sair do armário, libertá-lo das algemas que o mantêm prisioneiro de uma invencível, embora tonitruante timidez. Cumpre livrá-lo desse recato, que só uma filha de Maria ou normalista de antanho, com negaceios, enleios e meneios, no caso, de todo injustificáveis.

A Bíblia não nos alerta que a verdade precisa ser proclamada bem alto, às claras, no alto dos telhados, hem?!
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