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Cronicas-->O casamento do meu melhor amigo -- 10/06/2003 - 01:48 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O casamento do meu melhor amigo

Ontem um grande amigo me ligou, uma pessoa, aliás, que foi meu melhor e maior confidente durante anos a fio, e que apenas seu último romance fez nossos encontros rarearem.
O Ralph e eu temos tantas, mas tantas afinidades, que simplesmente todos os nossos amigos em comum sempre falavam que nossa amizade/irmandade um dia iria virar algo mais. Mas isso nunca aconteceu. Não sei se por falta de vontade minha, dele, ou de ambos. O fato é que a gente sempre canalizou todos esses inumeráveis pontos em comum para o lado da amizade e companheirismo.
Não fiquei chateada quando ele engatou um namoro sério com uma moça alguns anos mais velha que ele, tempos atrás. Pelo contrário. Eles têm muitas afinidades também, e parece que aquele clima "cheio de dedos" que havia entre nós, entre eles passou longe, o que de certa forma deixa claro que talvez fosse pra ser assim mesmo. A tão falada "química" deve ter rolado forte entre eles.
Nos últimos meses, nos vimos pouco e sempre em ocasiões mais ou menos "profissionais": o lançamento de um livro do Lourenço Diaféria onde ele tirou as fotos que ilustram o livro, a exibição de um curta-metragem seu, uma comemoração pela publicação dos meus poemas...
Mas eu não reclamava e até achava legal. Afinal, quando nos víamos era uma festa e os papos não venciam. Inclusive ele comentava do seu namoro sempre com um brilho nos olhos e meio empolgado, e eu dava a maior força.
Até que ontem ele me ligou com a fatídica notícia:
- Oi, Patrícia. Quero muito te ver pra entregar o convite do meu casamento!
Na hora fui tão natural que até eu me espantei. Disse algo como: "que legal...então o lance vingou mesmo! Quem diria..."...
Quando pus o telefone no gancho, me dei conta de que talvez, ou muito provavelmente, não veja o Ralph tão cedo, e que nossas confidências e idas a shows e ao cinema, se existirem, não terão mais o mesmo sabor.
Mas procurei não pensar muito nisso, me arrumei e fui ao seu encontro. Conversamos muito, rimos, tomamos lanche juntos, trocamos impressões sobre os livros que estamos lendo no momento, enfim, um encontro como os milhares de outros que sempre tivemos. Com a abissal diferença de que agora ele me entregava um convite lindo, caseiro, com uma foto em p&b (tirada por ele, claro) na parte de cima, um convite totalmente estilo Ralph, e que simbolicamente, me dizia: "aqui está, seu melhor amigo e confidente passará a rir, se confessar e até chorar nos ombros de outra mulher!"
Quando nos despedimos, demos um abraço bem apertado e eu lhe desejei toda a sorte e felicidade do mundo no seu casamento, já que pra mim ninguém merece isso mais do que ele. E não falei isso sem sentir, não. Foi do fundo do coração.
Voltei pra casa com um aperto no peito e uma estranha sensação. Feliz, mas ao mesmo tempo me sentindo como uma criança que perdeu seu brinquedo favorito, a boneca que tem até nome, ou o amiguinho imaginário com quem a gente passa horas tagarelando.
Na verdade sei que minha amizade com o Ralph não vai morrer nunca, mesmo que nos vejamos bem pouco, ou quiçá percamos contato. Mas amizade verdadeira, de laços fortes, não morre. E sei também que esta sensação de perda existe em parte porque todos nós queremos que nossos futuros maridos e esposas sejam, antes de tudo, nossos maiores amigos. E é ótimo que pensemos assim. Relações que comecem pela amizade acima de tudo, têm mais chances de serem sólidas. E o Ralph foi e é ainda pra mim meu maior amigo.
Mas tenho certeza de que o príncipe montado num cavalo branco, com que - quase - toda garota sonha, vai aparecer pra mim um dia, pra eu fazer a minha história também. E que seremos, acima de qualquer coisa, grandes amigos e confidentes.
Desejo ao Ralph e à Marta um casamento de sonhos e uma amizade que seja até superior às palavras do Padre. Amém.

Patrícia Köhler, 10/06/2003

*TODOS OS DIREITOS RESERVADOS*

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