Salta de mim a vertigem:
palavras têm que nascer,
rebeldes...
Minh´alma nada impede.
Ouço algo a conspirar
no mais distante
dos interiores.
Talvez algum sentimento desgarrado
a clamar pelos pastores.
Há ruas nos versos,
folhas no chão das praças,
tramas e cores nas lembranças.
Dias pretéritos ecoam,
dentro de horizontes vivos,
próximos,
nítidos.
O porvir é contudo intérrito,
vem galopando mistérios.
Componho odes sem sentido,
que seguem destinos
como pássaros,
regatos,
meninos.
As palavras fogem,
os poemas voam,
estrofes arrebatam-se,
propagam-se,
libertam-me...
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