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Contos-->HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 4 - "As Visita" -- 22/02/2004 - 10:11 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HISTÓRIAS DO ZÉCA TIRA 4 - "As Visita"

[De como o compadre Bulico visita Zéca Tira, e os dois trocam umas idéias sobre esse negócio de vender conversa, e de como o homem guarda as danadas das palavras num aparelho]

_ Dia, cumpade!...
_ Dia!... Apeia!... O Lazão chega vem arfano!...
_ Eita bicho bão o danado desse cavalo!... Tô inté quereno comprá u a égua das boa memo, pa mode di tirá a raça... Ca genté pobre memo num pode compra uma carrama dessa cocê tá quele na porta!...
_ Num havera de sê meu, não. É dos visito co tô teno.
_ Tô sabeno. As nutiça anda mai cas perna dos dono. Ma qui stora é essa desse visito portante cocê anda teno, cumpade?
_ Vamentrá pa drento co vô contá tudim.
_ Intonce é bão de nóis ficá memo nessa varana, co sol num bate e inda venta bão... Tá teno nutiça da fia?
_ Da mi a ou da sua, cumpade?
_ Da sua cumpade. Cê tá memo passano didade, pri’squecê co tem é um fii...
_ A ma fia tá coidano das vida dela, e poco eu sei, proque a vida rasga os destino, e bofeteia os coração da gente... E mal pregunte, cumo vai o mafiado?
_ O meu fii, só sei qui anda nu a trabaiama sem tempe lá pros cumerso, e nóis quais num se vê, proque num hai jeito memo... Ma vão falá memo das nuvidade co tô memo quereno sabê qué cocê anda arrumano quessa povama pa cá...
_ O cumpade bebe u’água premero, qué presfriá os bucho co calô tá memo brabo. Damais, andano de pro cima dum cavalo nesse solão de meu Deuso...
_ Eita água boa cumpade!... Tamem tô de pensano de fazê um mutirão qui nem tinha lá no Juão Pinto, pa tirá um rego do corguim, e fazê u a bicama qui nem o cumpade tem. A muié num vê da hora deu fazê es binifiço pr’ela... Bão cumpade, conta logo os conticido, co chega tô cas oreia coçano de vontade discutá...
_ Bão, o cumpade alembra queu andei mei vorvido cas puliça, caquele negoço da morte da véia... Da morte memo não, ma dos interro. Intonce eu tive qui m’apresentá nas delegacia, tive falano cos devogado, e essa coisama mai sem disproposo... Conteceu co devogado, gostô da mia manera de falá, proque viu queu num era memo home de duas prosa, e queu num sô gente de falá o qui num foi, e essas coisa, qui nóis tá conso de sabê, proque nóis já cunhece um zonzoto... Intonce, o devogado proseô queu, e na prosa, eu pricibi logo quele tava gostano dos meu proseado, e quiria m ajudá. Bão, eu já tinha memo vindido o boi pa pagá ele, o queu num concordei cum preço dum boi, só po home chegá lá e proseá o qui nóis tá canso de sabê, proque nóis é dos mato, mais num é besta. E pros mal dos pecado, foi eu memo qui proseei, proque o seu delegado, quiria queu desse as ispricação, proque adescunfiei quele tamém gosto do meu proseado... O seu delegado, té virô preu, e vei ca prosa, queu sô mió prispricá as coisa, qui memo os devogado. Má eu já havera de tê vindido memo o boi e pagado o danado, fazê ma o quê?... Antonce, foi ai queu proseei bão co devogado, e falei ansim, que sabia falá ma qui ele, e ele cobro o bisurdo do tanto dum boi... O ome ficô sem jeito memo, e coço os quexo, e pensô, e balançô a cabeça, e despois, foi qui vei ca prosa, qui seu quisesse contá u as istora prele, quele adivorvia o dinhero do boi.
_ Ma cumpade, quistora é essa? S’é caro disafastá ocê das cadeia quesse tanto de dinhero coce ta rifirino, é munto ma caro contá istora pro preço dum boi!... Seno ansim, eu vô memo é po cumerso vendê prosa pros povo.
_ Ma cumpade, o difirce, é sê acha os qui compra. Só memo os qui tá porcurano a sabiduria. Proque o delegado e memo ess adevogado qui taí, é qui achô ca ma prosa tá valeno. Ma os gonorante, fais é ri das sabiduria...
_ Ma cumpade, num tô nem querditano co mundo tá virano um trem des jeito. Quem haver de pensá cum dia prosa ia valê dinhero? Ma conta tudim. Qué’zê cocê fala as prosa, e o home daí paga ansim sem ma nada?... Intonce aí é munto bão procê. Intoce, é co rifiro qui no cumerso é munto ma bão, proque tem munto ma gente pa se falá. E seno ansim, sê pode vortá de lá cu a boiada, se é quês paga cada um, um boi...
_ Ah bão, cumpade!... Gora co tô tendeno dereitin... E é prisso, co ome tá gardano as prosa!...
_ Guardano?!... Guardano, cuma, cumpade?!...
_ Ele troxe um parei qui guarda tudim queu proseio. Té já ovi eu memo falano, qui nem um disvalido. É um pareim ansim, mais pitititim cu a rapadura, e condeu vô proseá, aquele trem cumeça sendê u as luis e rodá uns zóio, e condefé, fica tudim ali nos guardado.
_ Cumpade, eu só memo querdito nu a coisa dessa, proque é ocê qui tá falano, e nóis cunhece desne pitititin, e nóis num é de duas prosa... Se bem co pade qui vem falá missa, dis qui o mundo tá memo munto rivirado de coisa de pocalisse.
_ Cuma é memo o trem, cumpade?
_ Pocalisse. O pade ispricô qué o bicho qui vai cabá co mundo... Cumpade, vão falá baxo. Tá pareceno, co home táscondido iscuitano nóis. Vai vê qui tá guardano nossa prosa sem nóis sabê. E a minha prosa dojendia, tá ma cara cum boi...
_ ( Risos )
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Adelmario Sampaio
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