Como o nosso pensamento não tem rédeas, eu me pus a imaginar o quanto o nosso tempo é digno de elogios, e ainda de como facilitou a nossa vida o surgimento da informática. Quando meu bisavó chegou da Itália, ele escreveu para a Cecília contando sobre a terra nova. Sua correspondência demorou três anos par chegar ao destino. E o velho comentou com meu avó.
__Varde guarda a quella cosa meravigliosa mio figlio. Mio papà saprà come noi noi siamo in quella bella terra, lo stesso essere a milione di chilometri.
Mal sabia meu avó que chegaria um dia em que faríamos o mesmo, com total segurança, mais bem editado, e em no máximo três minutos. (Com o computador já conectado).
Outra proeza da informática e Internet foi levar qualquer um a qualquer lugar, em qualquer momento. Em outros tempos somente quem morasse em grandes centros podiam ter oportunidade para expor seus trabalhos ao grande público. Muitos talentos nunca surgiram por não terem onde expor, ou como se deslocar para as grandes cidades. Hoje com o e-mail é possível escrever para grandes jornais e revistas de casa. Escolas e empresas se comunicam melhor e mais rápido, dando assim maior confiabilidade e conhecimento aos seus usuários.
Os realistas de plantão podem me julgar por demais otimista. Eles vêem em tudo só desgraças, um mundo cheio de desencontros; mas toda essa realidade, tantas vezes dura, é a consequência natural das mudanças.
Do meu bisavó ao computador muitos anos se foram, e o mundo cada vez melhor e mais informado. Com certeza quando chegar o tempo do meu bisneto, ele dirá:
- Imagine só! Meu bisavó escreveu que em seu tempo eles precisavam usar um programa chamado editor de texto e levavam até três minutos para se comunicar com a Itália. Não era como hoje que fazemos tudo mentalmente. E o mais absurdo é que usavam para transportes uns veículos barulhentos, com pneus de borracha, horrível, movidos à gasolina, uma fumaceira só.
E aí, algum otimista de plantão, usando alguma espécie minicomputador, escreverá: Como é belo o nosso tempo, etc., etc.
