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cronicas-->UM CASO DE POLíCIA II -- 20/10/2002 - 21:22 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Depois de ter criado o quase famoso detetive " O Sapo", (vide crónica anterior), no tempo de adolescente, cismei de escrever outra obra policial mais ambiciosa. Resolvi começar pelo título. O título é importantíssimo num texto, é o que vai pescar o leitor, despertar-lhe a curiosidade e fazer com que inicie a leitura. E já tinha um título porreta: o homem que assassinou a si mesmo.
Agora precisava pesquisar para ver se não existia uma obra com esse título. Sabe como é, o tal de direito autoral. Detestaria que, depois de famoso, viesse algum autorzinho me cobrar milhões de indenização. Dentre os seis livros da biblioteca pesquisados (naquele tempo as verbas para biblioteca eram escassas), encontrei apenas uns versos de Anfilóquio de Souza que diziam: "rasguei meu coração, matando-me a mim mesmo...". Anfilóquio de Souza, como explicou um de seus netos, foi um escritor conhecido em todo mundo. Usava o pseudónimo de Balzac. Por isso, eram conhecidas como balzaquianas as "coroas" que o velho havia...como direi?...desonrado. Claro que não acreditei nisso: quem conhece esse tal de Balzac?
Resolvida essa parte, passei ao planejamento do texto. Um bom texto não dispensa o planejamento. Se você não souber de antemão do que irá tratar, corre o risco de ficar empacado no meio da obra. Aí surgiu o primeiro (e definitivo) problema: como iria fazer alguém assassinar-se a si mesmo? Dando um tiro no espelho? Diz o dicionário que "assassinar" significa matar alguém traiçoeiramente. Quer dizer, o cara tinha que se matar de surpresa. Quando menos estivesse esperando, pimba! metia um tiro traiçoeiro nos miolos.
Olhem a repercussão que a obra iria ter nos tribunais; magistrados perdendo horas para discutir até que ponto seria assassinato e não suicídio. Como não sou de dificultar a vida de ninguém, muito menos de nossos atarefados juízes, preferi condenar ao olvido (revisor, não escreva ouvido!) essa importante peça literária. Com vêem, um caso de polícia!

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