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cronicas-->"Decepção é preto no branco" - com Washington Olivetto -- 04/10/2002 - 00:06 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 03/10/02

Crónica: "Decepção é preto no branco" - com Washington Olivetto

Como bom corinthiano, fui no lançamento do livro "Corinthians é Preto no Branco" na Fnac/Pinheiros SP, escrito pelo grande publicitário e corinthiano preto e branco Washington Olivetto. Nirlando Beirão assina junto com o autor principal, com a simbólica missão de controlar as histórias corinthianas, evitando alguns exageros do publicitário.

O início estava previsto para as 19 horas, e eu, pontual que sou, estava lá na fila que desembocava na mesa onde Washington e Nirlando autografavam os livros. Estava uma desorganização só. Enquanto os autores não iniciavam a sessão, corinthianos, corinthianos e mais corinthianos (não vi nenhum palmeirense por lá, não sei o porque), surgiam da escada rolante que dava no último andar do prédio.

No meio da bagunça, o ex-jogador e atual comentarista esportivo Casagrande passou por mim. Nem deu tempo para pedir um autógrafo ao eterno ídolo do timão. Só deu para ver o seu tênis All Star azul e o seu traje meio rock n´roll. Ele ainda leva um pouco da rebeldia dos tempos da democracia. (rimou!)

A fila continuava crescendo, mas alguma coisa era estranha. A fila inchava no começo e não no final. Uma bagunça só. As pessoas que chegavam pela escada rolante iam formando um tumulto, e meio que empurrados por aquela multidão, acabavam entrando na fila. Parecia bilheteria de estádio de futebol na final do campeonato. Acho que o pessoal da Fnac pensou que era lançamento do livro daquele time de "Verde", do outro parque. Tenho certeza que não esperavam tantas pessoas.

Ânimos controlados, foi organizada então uma enorme fila única. A escada rolante foi desligada e aquela multidão enfileirada do 4ºandar até o térreo. Era maior que a "fila" do Santos em busca de um título. As horas foram passando, e o vice-presidente de futebol Roque Citadini apareceu por lá. Ouvindo algumas brincadeiras dos torcedores, demonstrou humildade ao pegar um lugar na fila para comprar o livro. Que coisa de louco? Ele poderia ir direto no Washington, pegar um livro com uma bela dedicatória, mas preferiu participar daquela loucura. Qual o número do partido desse cara? Vou votar nele para presidente do Brasil!

O jornalista, santista, Milton Neves também apareceu para prestigiar. Acabou levando uma bela de uma vaia. Alguns corinthianos, mais exaltados gritavam: "sai zica!!", "viúva do Pelé!"...

Com 2 horas de fila, deu até para fazer algumas amizades. Conheci 2 corinthianos que trabalhavam na Varig. Conversamos bastante sobre futebol, inclusive, pedimos para o Citadini autografar uma página em branco do livro. Falamos para ele que era a foto do estádio do Corinthians que a atual diretoria tanto prometeu.

Tinha um celular na fila que não parava de tocar. Era um outro corinthiano que aniversariava. A cada toque do telefone era um amigo seu ligando do barzinho, onde esperavam para festejar a data de seu nascimento. Ele, desesperado, dizia aos amigos: "tó chegando, tó chegando!!". Esse "tó chegando" repetiu-se durante 3 horas. Seus amigos devem ter desistidos de comemorar.

Depois de quase 3 horas de pé, finalmente estava chegando a minha vez. De tantos autógrafos e dedicatórias, acho que os dedos do Washington estavam duros e com cãibras. O que será que ele iria escrever? Bem que ele, o Rei da publicidade, uma corinthiano criativo, poderia escrever assim:

Marcel,
Que este livro traga muitos conhecimentos sobre o nosso saudoso "Timão", enchendo seu coração de belíssimas histórias sobre o nosso glorioso time. Um grande abraço Preto no Branco!
Washington

Não, não! Acho que ficaria melhor assim:

Marcel, Desfrute deste livro como se você tivesse vivido todas as histórias que tive a oportunidade de viver e conhecer. O Corinthians é uma mística, uma religião, que toca fundo em nossa alma e em nosso coração.
Washington


Quanta coisa ele poderia me escrever. Não tinha nem mais idéias. Eu estava ansioso e muito feliz. O que eu poderia falar para ele quando estivesse frente a frente? "Olá, Sr. Washington, parabéns pelo seu livro!" - Não, isso é muito comum. Acho que ficaria melhor: "Olha Washington, nada melhor que lançar o livro com o Timão em primeiro lugar na tabela." - isso! Era isso que eu iria falar para ele.

Chegou minha vez e já fui saudando-o com um "olá Washington....", mas fui interrompido por uma onda flashs. Era sua mulher que acabava de chegar. Tive que me afastar para a sessão de fotos, enquanto os dois pombinhos trocavam declarações amorosas. Esperei pacientemente. Eu já estava 3 horas de pé mesmo, alguns minutos a mais não fariam diferença. Acabadas as fotos, ele sentou novamente, olhou para mim, perguntou o meu nome e escreveu com uma letra horrível:

Marcel, um abraço alvinegro, Washington.


Entenderam a minha decepção?

OBS: O Corinthians acaba de perder de 4 a 2 para o Santos, aumentando ainda mais a minha decepção. Que saco!!
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