Usina de Letras
Usina de Letras
175 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62336 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22543)

Discursos (3239)

Ensaios - (10409)

Erótico (13576)

Frases (50720)

Humor (20055)

Infantil (5474)

Infanto Juvenil (4794)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140849)

Redação (3313)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6222)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Boleros -- 30/08/2002 - 14:25 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BOLEROS

Não que eu seja saudosista, mas não posso resistir a um bolero tocando na mansidão da noite. Aqueles que falam de marimbas, de noches de ronda, de perfume de gardênia, de lejano amor. Bolero me lembra a época de ouro do cinema mexicano. Naquele tempo, às terças-feiras, havia sessão de filmes da Pelmex (Películas Mexicanas). Filme mexicano tinha de ter um grupo de bigodudos mariachis, assim como as chanchadas brasileiras não dispensavam um show com os sucessos para o carnaval. Eram sua marca registrada.
Nada como um bolero para a gente colocar as mágoas para fora. Música para dançar ou para encher a cara. Para amar ou morrer. Não consigo esquecer, em certo filme, o ator Pedro Infante, por trás de seu bigodão, manejando um realejo enquanto se dirigia cantando à ingrata mocinha (eram lindas as mocinhas mexicanas!): me cansé de rogarle...
Língua bonita, o espanhol. Nela as coisas banais levam um acento mais sublime, dá vontade de se sair repetindo cada verso. Quer ver quando o Pedro Infante chegava no pedaço mais bonito da canção - o infeliz amante fazia a última saudação à sua deusa: era el ultimo brinde / de um boemio / por una reina. Lindo, não?
Los mariachis callaron. Quando os mariachis se calavam, era um amargo na boca, o desànimo de amar uma ingrata, que não entendia quanta beleza podia florescer por trás de um copo de tequila; quanta vida nos versos quentes e emotivos, numa alma livre de boêmio. Perfídia - diria o compositor. Ah, mujer, si puedes tu com Diós hablar!
E nós jovens saíamos do cinema para beber cachaça com vermute, na falta de bebidas mais sofisticadas. E se não havia infortúnio para abastecer a noitada, a gente inventava alguns. Dava até vontade de sofrer uma desilusão, para a nossa vida provinciana se encaixar na letra da música.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui