Amanheceu. Até que enfim chegou o grande dia. O dia da abertura da Copa do mundo de 2002.
Por aqui o dia estava uma maravilha, sem seca e sem chuva. O céu azul como nunca. A verde/amarelo no último apartamento em frente, balançava com o toque leve do vento e saudava a nossa seleção, em busca do penta.
Liguei a TV e procurei a melhor sintonia para assistir o espetáculo de abertura. Copa do mundo sempre um show a mais. O Galvão Bueno abrilhantava a festa, com a sua narração otimista. Reclamava da chuva que molhava os papéis de sua equipe e eu fiquei amedrontada de nos faltar o sinal de transmissão daquele outro lado do mundo.
O espetáculo iniciou e nos encantamos com o que vimos. A combinação da tecnologia com a geometria, da dança com a música, foi realmente um balé de primeiro mundo, no gramado verde. Mais uma vez o futebol une povos, une mundo. A força do esporte a serviço da paz. Futebol é paz, alegrias e vitórias. Que não sejamos surpreendidos com a alta de preço do gás, da carne, luz, telefone...
Mas o que eu queria mesmo era ver a França cair, curvar seu orgulho, sua arrogància. Ainda estava com ela na garganta, não mais estou.
Não lhe passou pela mente que o Davi venceu o Golias. E este Dioup venceu sentado. Nem precisou se levantar, deu só um leve toque com o bico da chuteira. Correu para a dança da glória.
Quando presenciei esse lance fiquei receosa de ser anulado o gol, não por ser ilegal mas, tudo é possível numa Copa do Mundo.
Dramático mesmo foi o lance da arquibancada azul. Quanta tristeza e angustia; mais dedos que tivessem para os dentes mastigarem. Unhas, foram todas.
Realmente foi um resultado surpreendente para o mundo. Enquanto isso a África comemorava...
Só enquanto o Brasil não chega, porque já já ele estará chegando e surpreendendo a muitos do ramo.
E sem Romário.
Pirapora, MG maio 2002
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