Já não sou mais um simples mortal. Virei Anjo. Uma das minhas cronicas, "Quando chip era batata frita", foi selecionada pelo concurso do site do Mário Prata e, melhor ainda, acabou incorporada ao livro "cronicas dos Anjos do Prata", de edição limitada, lançado aos céus no último sábado, do alto do mezanino do Bar Balcão, em São Paulo.
Foi um lançamento que mais parecia encontro de amigos de sala de bate-papo do que qualquer outra coisa. Também, não é para menos. Nos conhecemos através de nossos textos, na Internet. Viramos autores através da rede. Os anjos foram sendo entronizados a cada semana, individualmente ou em pequenos grupos, Ã medida que eram escolhidas as cronicas da semana.
Assim, as apresentações no Bar Balcão foram muito engraçadas, porque, a cada novo autor que chegava, a pergunta era a mesma: "e você, quem é?". E o incauto respondia o próprio nome (o que, na maioria dos casos não significava absolutamente nada) e o nome da crónica escolhida, o que gerava reações curiosas, como se Pierrot chegasse à paisana a um sarau literário e revelasse a sua fantasia.
Mais engraçado ainda foi quando abriram as caixas dos livros que ninguém havia visto até então. Parecia imagem de campo de refugiados da ONU. Todo mundo apertado para pegar um. É simplesmente maravilhosa a sensação de ver o próprio texto publicado em livro. Imagine quase três dezenas de autores querendo lamber suas crias ao mesmo tempo.
Esse é um livro muito especial para todos, acredito. Um livro que é meu e de 27 outros cronistas, com 30 textos escolhidos entre mais de 2 mil que se inscreveram no concurso.
Aliás, é um livro que não pertence apenas aos 28 cronistas. É também do Mário Prata, que nos brindou não só com a iniciativa, mas, também, com uma de suas cronicas na edição (além de fazer o texto de abertura). O livro também é do Beto Samara, responsável pela primeira leitura dos textos de todos os candidatos, além de seus e-mails ansiosos, malcriados e agradecidos (não nessa ordem, necessariamente). É também do Antonio Prata, vitimado pelo pai a ler os cronistas iniciantes.
É uma pena que a publicação, feita com o apoio da TV1.Com, do Sérgio Motta Mello e da Selma Santa Cruz, tenha tiragem limitada e não vá ganhar o circuito comercial. Cada autor recebeu apenas 30 livros, parcimoniosamente disputados entre amigos e parentes à s vésperas deste Natal.
Gostaria muito de entregar exemplares a um número muito maior de pessoas do que a minha cota permite. Como não posso, mando um beijo e um abraço a todas as pessoas que tornaram possível a realização deste sonho (Viu? Não sou Miss mas aprendi a agradecer!!)
E não pensem que vou ficar bestinha, não. Virei Anjo do Prata e a responsabilidade, agora, é muito maior. Publicar em livro, embriaga, sim. Mas embriaga para dar ànimo para escrever mais e tentar batalhar meu próprio livro, quem sabe com algum patrocínio (candidatos?). Espero poder corresponder.
Vou continuar sonhando, agora mais alto. No próximo livro - e tenham certeza, ele virá - haverá exemplares especiais e autografados para todos aqueles que prestigiaram meus textos com sua leitura, seus comentários e, principalmente, com sua ternura.
É bom ser Anjo do Prata.
Melhor ainda ser lido por vocês.
Nossa, que sensação gostosa eu estou sentindo agora!
Maurício Cintrão
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