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cronicas-->Calei a boca -- 11/12/2000 - 03:07 (Samuel Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Governo Federal iniciou esse ano a campanha mais digna de preservação ambiental de que já se teve notícia, e tem, inclusive, reiterado a cada semana essa nobre intenção ecológica. Muitas pessoas não entendem, gritam contra, mas, enfim, nem só de consenso se faz um País.

Tudo isso devido ao álcool e a gasolina terem subido seu preço de novo, um mais, o outro menos. O Governo leiloa petróleo, diz que não, mas, enfim, nem só de consenso se faz economia, não é mesmo Dona Maria?

O consenso, entre o Governo é que andar de carro faz mal, polui o ar, estraga o silêncio, macula as avenidas. O slogan a adotar nos próximos meses, em prol da defesa do ambiente, será "Prá que andar de carro?". Mas no caminho da campanha publicitária surgiu um dilema: como proibir as pessoas de usarem seus automóveis? Sabemos que, desde o Diretas Já, é feio proibir onde se fala em democracia. Os publicitários do Governo também agem como economistas, e, aproveitando que no mundo todo o petróleo está em alta, usam esse momento para implantar a campanha. A estratégia passa pelo aumento nos preços dos combustíveis, o aumento é o meio que justifica o fim: o fim da sujeira provocada pelos automóveis. Tudo planejado na madrugada presidencial, sob luz de velas, risadas estridentes e livros do Nicholo Machiaveli.

Eu estava até fazendo meu pedido ao Noel. Queria um carro, que andasse muito e gastasse pouca gasolina. Mudei de perspectiva, até me conformo com um carro 1.0, não anda muito, e bem regulado, gasta menos ainda. Em vez de ficar esperneando e gritando, me conformei com tudo e refiz o pedido. "Noel, meu velho, me deixa uma de tuas renas!". Nada mais óbvio, nada de combustível, e no fim de semana ainda a colocaria para cortar a grama, enquanto eu assistia ao futebol. Não gritei muito com o aumento. Não sou como uns que esperneiam. Entendi a proposta do Governo: paz nas ruas, e que só os ricos andem de carro, fico com minha rena modelo económico.

Outros, mais afoitos, não entendem o consenso ambiental e não gostam de renas. Esses continuam gritando é um absurdo a gasolina a R$ 1,70!. E esses estão perdidos. Maior que seus gritos, que o murmúrio todo, é o silêncio do Governo. O consenso parece feito por surdos. Calei a boca.
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