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cronicas-->Datas -- 06/12/2000 - 16:48 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu calendário interno é incompatível com as datas comemorativas. Não tem jeito!

Todo mundo festeja o Carnaval e o que eu mais quero é pular os quatro dias (literalmente, saltar por cima). Lá por agosto fico com aquele comichão de sair dançando na rua, fantasiado de odalisca. Mas aí o período é impróprio - com certeza, ninguém entenderia. Além do que, ainda não encontrei a fantasia certa nas lojas especializadas para corpos avantajados.

Surge a Páscoa. Há um inimigo interno que sempre determina a necessidade de dieta no final da Quaresma. Deve ser karma. Tudo bem, acontece! Devoro chocolates como se trabalhasse em circo. "E agora, vou engolir esta espada!".

Vem o Dia das Mães. Puxa, sempre acontece alguma coisa que faz o Dia das Mães parecer dia de qualquer coisa, menos de mãe. Lá por novembro fico com vontade de cumprimentar a velha, mas ela faz aniversário em agosto (quando estou no humor carnavalesco) e vai achar que é gozação. Acabo ficando na minha.

Então, desabrocham as propagandas de Natal na TV, com as luzinhas piscantes de casas, lojas e ruas. Todo mundo vira santo. E eu volto a enviesar. Nada pessoal, acho que o Natal é uma data muito bonita. Caramba, mas eu já não estou em ritmo de festa nessa época do ano. Em geral, estou cansado do trabalho, sonhando com Bora-Bora e rezando para sobrar dinheiro nas férias.

É justamente nesse período que todo mundo resolve se reencontrar, a agenda fica lotada de festinhas de firma, de seção, de departamento, de área, de setor... "ÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!". Odeio aqueles gritinhos de festa de amigo secreto em bares e restaurantes. "Beija! Beija! Beija! ÊÊÊÊÊÊ!!!".

Mas eu tenho que aprender a fazer concessões. Não estou sozinho no mundo e o meu calendário pessoal tem que ser compatibilizado com a rotina. É como se eu rodasse em Linux e o planeta só aceitasse Windows.

Por força do papel de pai, não posso ignorar o Natal. Bem ou mal, ainda sou Papai Noel. Justo eu que queria tanto acreditar em mim mesmo! Mas as crianças merecem, as crianças precisam. Se não acreditarem no velhinho agora que são pequenos, não vão acreditar em mais nada quando crescerem.

Porque, para ser feliz, é preciso sonhar, é preciso fantasiar. Mesmo que seja para dançar o Carnaval em agosto, vestido de odalisca, perseguido pela polícia.

Assim, em um enorme esforço de guerra, deixo que a tristeza característica da época invada meu restinho de tranquilidade e revivo contrariado todos os desejos não realizados na infància.

Seria muito bom se Papai Noel voltasse com aquele mesmo sorriso sereno. Melhor ainda se a maior expectativa do mundo voltasse a ser ganhar um carrinho novo de brinquedo.

Vrum! Vrum!

Ai, que saudade de brincar de carrinho!

Maurício Cintrão
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