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cronicas-->SOBRE DESENVOLVIMENTO SOCIAL -- 14/06/2006 - 15:52 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Para um crescimento sustentável e contínuo, muitas variáveis são essenciais, uma dependendo da outra, e não se isolando em estatísticas de sucesso um fator ou outro. Crescimento económico não quer dizer, necessariamente crescimento social, coisa que político, viciado em estatísticas e frios números não consegue enxergar. É necessário crescimento económico? Obviamente, mas que adianta um avanço significativo nessa área se na parte social o crescimento deixar a desejar. Seguramente será um crescimento sem substància, se assim posso dizer. Um crescimento vazio, oco, superficial.

Por exemplo, a fome e a produção mundial de alimento. Pelas estatísticas, a produção é infinitamente maior que o numero de pessoas a se alimentar. Quer dizer que a demanda é menor que a produção. Mas então porque existem tantos famintos no Planeta? A distància esse produção e poder de compra é grande, quer dizer, sem dinheiro não se compra, e se não se compra, não se come, e se não se come, haverá fome. Aqui quero mostrar que o crescimento económico tem de vir sustentado por uma distribuição de renda mais justa e igualitária, só pra citar um exemplo, para haver um crescimento sustentável.

Acredito que no Brasil, por exemplo, a população não carece de esmola, e sim de instrução, educação. Aqui como em todos países subdesenvolvidos. Dê estudo que o cidadão construirá sua vida, terá uma profissão, ganhará mais, terá cultura, instrução pra orientar suas escolhas, saberá construir sua vida aumentando assim sua auto-estima, auto-confiança. Assim acredito que se muda uma sociedade. Porque com esses quesitos em ordem e funcionando, a contaminação da sociedade será inevitável.
O capital humano deveria ser a principal riqueza de um país. O que adianta um país estar no topo da tecnologia mundial se seu povo é desqualificado, analfabeto, ignorante? O ser humano é essencial para o crescimento tecnológico, porque máquina não cria máquina, e não se opera sozinha, sendo assim, um super computador não será nada mais que um móvel inútil sem uma mente pensante para "pilotá-lo".

Só que para uma população chegar ao nível razoável, além de educação, ela deve gozar de nutrição e saúde que são os condicionantes básicos para um desenvolvimento ininterrupto e sustentável.

Um ponto chave para o desenvolvimento, além dos já citados, é a cultura. Um povo com cultura, ou melhor, que sabe reconhecê-la; dignifica-se, identifica-se, criam-se elos, amizade, confiança, bases sólidas para o crescimento e desenvolvimento concreto através de inter-relações de diversas variáveis. As áreas económicas, política e social estão intrinsecamente ligadas e conectadas, assim como a cultural.

Temos que ter em conta que com o crescimento económico, como pensavam os convencionais, somente, não fará sozinha uma intervenção social. Acredito que as relações entre crescimento económico e desenvolvimento social são de caráter muito mais complexo. Nem sempre os frios números das estatísticas demonstram a realidade em sua profundidade e complexidade. O buraco é mais embaixo. Não basta o crescimento económico para solucionar a pobreza. Sendo absolutamente imprescindível, o mesmo pode ficar estacionado em certos setores da sociedade e não chegar ao fundo, aos submergidos. Podem, inclusive, darem-se taxas significativas de crescimento e, ao mesmo tempo, continuar em vigência agudas carências para amplos setores da população. Esse efeito é chamado de "desenvolvimento distorcido". Junto com o crescimento económico, deve vir práticas ativas de políticas de desenvolvimento social, melhorando assim a igualdade. Sem educação, saúde, água potável, instalações sanitárias, energia elétrica, proteção á família, entre outras coisas, não haverá um crescimento sólido e justo. Sem desenvolvimento social paralelo não haverá desenvolvimento económico satisfatório.
Não é viável um desenvolvimento social sem crescimento económico, mas este, não terá caráter sustentável se não está apoiado em um intenso crescimento social. Uma coisa puxa a outra, devendo ser o capital social o carro chefe.

O capital social pode ser visto como um fenómeno subjetivo, composto de valores e atitudes que influem em como as pessoas se relacionam entre si. Incluem confiança, normas de reciprocidade, atitudes e valores que ajudam a pessoas a transcender relações de conflito e competitivas para formar relações de cooperação e ajuda mútua. Mas para se chegar a esse nível de discussão, a sociedade deve estar muito avançada em todo os campos. Isso é o reflexo da realidade, é algo que esperamos que aconteça quando todas, ou grande parte das variáveis estão de acordo com um resultado satisfatório. Digo satisfatório, porque não podemos ser ingênuos e achar que um dia as cidades serão os paraísos da justiça social, da igualdade, e assim da felicidade. Mas temos que lutar pra tentar chegar o mais próximo possível disso.
Possibilitar atividades coletivas seria um dos itens. Quando os seres humanos trabalham em grupo sente-se protegidos a arriscar, a tentar algo diferente, porque sabe que não estará sozinho. E o bom disso é ele saber que não estará sozinho na derrota, sendo assim ajudado, e na vitória, sendo assim compartilhada em grupo, dando unidade e senso de civilidade a esse tal grupo.

A consideração e a valorização da cultura dos setores desfavorecidos são um ponto chave para o crucial tema da identidade coletiva e da auto-estima. Na maioria das vezes os pobres não têm nada material, que se possa mensurar, mas possuem uma grande bagagem cultural, coisa imensurável, mas que é de extremo valor quantitativo. O negócio é valorizar essa subjetividade e propiciar "espaço" e abertura para que se possa valorizar essa cultura, criando canais de integração entre eles e entre outros grupos culturais, possibilitando a troca que é a essência da civilidade. Quando uma identidade é golpeada gera sentimentos coletivos e individuais de baixa auto-estima. E é nesse ponto que devemos fazer exatamente o contrário. A promoção da cultura popular, a abertura de canais para sua expressão, seu cultivo nas gerações jovens e a criação de um clima de aprecio genuíno por suas expressões culturais fará crescer a cultura, e com ele, devolverá sua identidade a esses grupos pobres.

Thiago Schneider Herrera


































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