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cronicas-->Um dia entre-estações como outros -- 30/11/2000 - 11:48 (Marcos Rogério Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Amanhece... É sábado, quero dormir mais, mas não dá! Esse é o preço que tenho que pagar por não ter dinheiro para comprar cortinas. A luz do sol entra pela janela sem ser convidada e alucinadamente me acorda. Preferiria que ainda fosse noite e tivesse um mosquito a zunir em meu ouvido.
Com a cara achatada e os olhos semicerrados vou à janela e admiro a paisagem que vejo do meu apartamento. O terreno quase baldio ao lado do prédio, com suas árvores frondosas faz florescer uma sensação de tranquilidade e paz. Preciso disso e muito! Ao mesmo tempo penso em minha amada, e a sensação cresce. Finalmente encontrei um relacionamento pacífico após anos de procura, desentendimentos e decepções.
Pego o telefone e ligo para ela, sua voz doce prontamente atende o telefone, conversamos entre risadas, afagos verbais, declarações e combinamos um encontro esta tarde no centro da cidade. O que faço durante uma manhã inteira, almoço e começo da tarde em um sábado? Grande perda de tempo! Decido então ir a pé até o centro, gasto a manhã caminhando até lá, gasto um pouco mais de tempo observando as lojas e o movimento, almoço em qualquer lugar e me encontro com ela.
Lavo o rosto, visto uma roupa, saio do prédio e me dirijo ao centro a pé. Durante o caminho vejo nuvens pesadas se acumulando no horizonte.
Deveria ter saído de guarda-chuva.
O movimento no centro da cidade é típico de um sábado, ainda mais próximo do Natal. Pessoas nas lojas experimentando roupas, examinando eletrodomésticos, calçando sapatos e tênis, crianças implorando aos seus pais para que comprem os brinquedos que eles tanto desejam. Graças a Deus eu não tenho filhos! Ainda não!
Hora do almoço! Estou morrendo de fome! Almoço em um buffet por quilo onde sempre almoço quando estou no centro, comida boa e por um preço bacana. Na saída compro algumas balas de hortelã para melhorar o hálito.
Começo da tarde e me dirijo ao local do encontro. Ah! Lá está ela, linda e formosa, minha escolhida se dirige a mim. Mesmo com o semblante sério não deixo de admirar sua beleza. Recepciono a ela com um beijo ardente, mas não percebo resposta, algo está estranho... Me preocupo na mesma hora:
- O que aconteceu?
- Não é nada com você, é comigo...
- Desculpa, mas não te entendo...
- São dúvidas, nosso relacionamento está sério, não sei se é isso que quero...
Essas mulheres! Quando elas não estão reclamando da falta de atenção do namorado, ficam na dúvida de querer um relacionamento sério! Não posso perder a paciência...
- Você não gosta de mim? Não está apaixonada o suficiente para querer algo sério comigo?
- Não sei, é que o meu ex fica me ligando...
Esse cara de novo! Eu juro que vou quebrar a cara dele se encontrar na rua!
- E você, gosta mais dele ou de mim?
- Não sei, é por isso que estou assim, na dúvida...
- Quer saber de uma coisa? Vai pra casa e só me liga assim que você souber de alguma coisa!
Não! Não perca a paciência! Idiota! Idiota!
Seu rosto assume uma expressão de choro, tento confortá-la abraçando-lhe e colocando sua cabeça em meu ombro. Mas ela vira-se na direção oposta e vai embora. Idiota!
O que me resta? Simplesmente me dirijo para meu apartamento, é a única coisa que me resta. Inicio minha caminhada xingando a mim mesmo. Como posso ser tão idiota? Tão insensível? Mal se passam cinco minutos de camimnhada e ouço um estrondo.
BRAAAAAMMMMMMM!!!! E uma chuva torrencial começa.
Deveria ter saído de guarda-chuva! Mais idiota impossível!
Nem passa por minha cabeça procurar abrigo, me dirijo ao meu apartamento assim mesmo. Chego encharcado na alma e nos ossos, tiro a roupa e coloco atrás da geladeira, me enxugo e vou pro meu quarto assistir TV e me lamentar.
Vou ficar nessa até ela me ligar novamente. Ainda tenho essa esperança! E até domingo ela fará isso, vocês vão ver!

Marcos Rogério Cardoso
30/11/2000 12:00

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